Trinta e oito projetos desenvolvidos por empresas e organizações serão premiados na terceira edição do Top Social ADVB 2001 – uma iniciativa da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil –, na quarta-feira 20, no Memorial da América Latina, em São Paulo. O prêmio tem o apoio do Instituto da Cidadania, da World Business Academy e das revistas ISTOÉ e ISTOÉ Dinheiro, entre outras empresas e instituições. O objetivo é reconhecer publicamente quem investe em programas sociais. Os projetos selecionados atendem 2,6 milhões de brasileiros – principalmente jovens e crianças – e têm como objetivo a inclusão social de setores menos favorecidos. A maioria (18) visa a educação. Onze são voltados para a promoção social e voluntariado, quatro para a área cultural, três para meio ambiente e dois para esporte e saúde.

Os investimentos impressionam. Totalizam R$ 409 milhões. Entre as empresas e instituições que tiveram programas selecionados estão a BM&F, O Boticário, Fiat e Ford e as fundações Banco do Brasil, BankBoston, Belgo-Mineira, Bradesco, CSN, Itaú, Orsa e Nestlé. A Associação Profissionalizante BM&F, por exemplo, criou o Projeto Faz Tudo, uma experiência bem-sucedida, na qual meninos e meninas erguem uma casa completa e aprendem ofícios como os de pedreiro, pintor, encanador e azulejista. Essas profissões podem não fazer parte do sonho da maioria dos adolescentes, mas existem hoje ofertas de trabalho na construção civil e a população reclama de dificuldades para encontrar bons profissionais na área. “Saber usar um computador ajuda pouco para um jovem ainda com baixa escolaridade. O mercado não o absorve”, explica Juliana Pires da Costa, supervisora da associação.

A Fundação Nestlé investiu na cultura. Criou um concurso, o Viagem Nestlé pela Literatura, que incentiva a leitura a partir da discussão de temas relacionados à realidade brasileira. O programa é dirigido a professores e alunos de escolas públicas e privadas do ensino médio, além dos funcionários e seus dependentes. Organizados em equipes, os alunos produzem um texto com suas reflexões sobre os temas sugeridos. Todas as 21.250 instituições do ensino médio cadastradas pelo MEC podem participar. Os prêmios oferecidos são R$ 8 mil em benefícios para a escola; R$ 8 mil para cada professor-coordenador do programa e R$ 1 mil para cada aluno.

Para o empresário Lívio Giosa, diretor do Top 2001 e coordenador do Instituto ADVB de Responsabilidade Social, o Brasil vive uma revolução social. “De 2.830 empresas que responderam a uma pesquisa feita por nós, 95% incluíram o item responsabilidade social em seus planos estratégicos”, informa Giosa. A participação no prêmio comprova: na primeira edição, em 1999, foram inscritas 31 empresas, no ano seguinte 83 e, agora, 154. A pesquisa Responsabilidade Social das Empresas, do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, Indicator Opinião Pública e jornal Valor, também comprova que 75% dos brasileiros se preocuparam com o comportamento ético e social das empresas no último ano.


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