“O Chefe” ressurge de um longo adormecer, depois do lançamento, em 1995, do álbum The ghost of Tom Joad. Retornou com um disco duplo ao vivo, trazendo velhas e novas canções, entre elas Land of hope and dreams, na qual destila sua costumeira certeza na redenção do mundo, e American skins (41 shots), que no arranjo das primeiras estrofes lembra o Angelo Badalamenti de Twin Peaks. Foi uma volta épica, com a platéia delirando em dois dias de concerto. Ao vivo pode ter sido bom, vendo todo um aparato de luzes e a atuação performática de Springsteen ajoelhando-se como se fosse um pastor alucinado do rock’n’roll. Mas como disco não acrescenta nada ao que ele já fez. Aliás, há muito tempo Springsteen não produz algo bom. (A.R.) Arrisque