A costureira Eliana da Mata (foto) é uma das quatro mil moradoras da Favela Alba, na periferia de São Paulo. Há dois anos, ela ficou sem marido e seus quatro filhos, sem pai – morreu com dois tiros no peito em meio a uma guerra de traficantes. Parte das despesas da casa da costureira passou a ser paga pelo líder do tráfico, até que ele foi preso. Chama-se Walace. A favela chorou e ficou desamparada com o desbaratamento das quadrilhas pela Polícia Militar? Não. A própria PM e a Secretaria da Segurança tomaram a iniciativa de ocupar socialmente a Favela Alba. “Não sinto falta da proteção dos traficantes”, disse Eliana a ISTOÉ. “Até remédios para os meus filhos a PM está comprando. É só ter gente séria ajudando a gente que ninguém vai pedir socorro ao tráfico”, explica a costureira. Dia e noite a PM está na favela, sob o comando do coronel Pablo Moreira Campos (foto). “Queremos mostrar que a sociedade civil pode ocupar o espaço dos traficantes”, diz ele.