O bom batuqueiro tira som de qualquer coisa. Em São Paulo, o sambista Germano Mathias “toca” em latinha de graxa. Já o carioca Dilermando Pinheiro notabilizou-se por fazer de seu chapéu de palha um pandeiro. O batuque de roda disseminado por congoleses e angolanos encontra na caixa de fósforo o grande símbolo dos não-instrumentos tocados no samba, como bem pontua o sambista Arthur “Favela” Tirone. A capa de “Um Samba Diferente”, novo disco dos Demônios da Garoa, é estampada por várias delas. Não à toa, uma vez que Adoniran Barbosa, parceiro fiel da trupe, apresentava seus sambas sacando do bolso a caixinha. Quem sabe não teria nascido dessa maneira o “Trem das Onze”, hino do samba em São Paulo, que, entre inéditas, aparece revisitada em “Um Samba Diferente”.  

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Confira o clipe “Trem das Onze”