Diante da escapada de Messi, que foi muito bem marcado durante o tempo regulamentar, mas aproveitou uma desatenção do time suíço no fim da prorrogação, recebeu a bola de Palacio e passou para Di Maria fazer o gol que garantiu à Argentina avançar para as quartas de final, o capitão da conquista do tetracampeonato italiano em 2006, Fabio Cannavaro, exclamou: “Não gosto das defesas como são hoje, que não se aproximam. Prefiro um sistema mais físico.” O zagueiro, eleito o melhor jogador da Copa da Alemanha, é um dos convidados de um programa na tevê paga só com capitães de times campeões mundiais. Ele mais de uma vez reclamou do sistema defensivo das atuais seleções. Voltou ao tema no belíssimo gol do colombiano James Rodriguez contra o Uruguai, no sábado 28, quando o habilidoso meia também foi deixado livre. “Prefiro uma defesa com mais contato”, disse o legítimo representante da velha escola italiana de marcação individual.

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DISTRAÇÃO
Numa desatenção da defesa suíça, Messi recebe a bola e toca para
o companheiro Di Maria fazero gol que salvou a Argentina

O desespero dos zagueiros das gerações mais antigas se explica. Eles acreditam que a atual marcação por zona, e a tendência de os zagueiros saírem para o jogo, deixa a área muito vulnerável. Mas a marcação individual está sepultada há alguns anos. Inclusive na Itália de Cannavaro. O que ainda existe é a mista, quando o time faz a marcação por zona e marca individualmente um jogador perigoso. Como Messi ou James Rodriguez. “Nós latinos nunca soubemos marcar homem a homem”, diz Batista, volante da Seleção Brasileira nas Copas de 1978 e 1982. O comentarista Paulo Calçade, do canal ESPN, afirma que este Mundial ressuscitou o esquema de jogar com três zagueiros. Mas que isso não significa que um time esteja na defensiva. Um exemplo, segundo ele, é a Holanda, que muitas vezes joga num 5-3-2. “A marcação individual não existe mais porque cria uma zona morta no campo, o que pode abrir espaço para o adversário atacar.” 

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