AMÉRICO VERMELHO/AG. ISTOÉ

TÉCNICA Camila optou por sucção e laser

Espinhas, cravos, a pele marcada. A acne é um pesadelo para os adolescentes. Dados do IBGE revelam que 80% dos jovens entre 12 e 21 anos são afetados pela doença. Ainda assim, poucos vão ao médico. É o que mostrou uma pesquisa recente sobre hábitos de beleza feita com 808 mulheres pela empresa Johnson & Johnson. O levantamento revelou que 83% das jovens nunca foram ao dermatologista para cuidar da pele do rosto. “O lamentável é que, por falta de orientação, muitos perdem a chance de se beneficiar dos avanços para tratar a acne”, diz a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A técnica mais recente chegou ao Brasil há quatro meses. É um aparelho que associa a sucção dos resíduos que entopem os poros à aplicação de um laser de CO2, usado para neutralizar as bactérias que agravam o problema, contribuindo para a formação das espinhas. A carioca Camila de Melo, 16 anos, está se submetendo a tal método para tratar a acne moderada, que começou aos 13 anos: “Espero melhorar”. Segundo a dermatologista carioca Daniela Nunes, a técnica pode ser associada a outras alternativas em casos de acne severa. Na verdade, o uso de laser e de outras formas de luz é a nova fronteira no tratamento. “Eles combatem o processo inflamatório associado às bactérias”, diz a dermatologista paulista Ana Lúcia Récio.

Este tipo de abordagem se soma ao arsenal já disponível, que inclui peelings e os retinóides tópicos, compostos derivados da vitamina A e cosméticos. Neste segmento, a novidade é o Acne Cover Nexcare, um filme em formato circular que, colocado sobre a espinha, absorve a secreção. Para os casos graves, a arma mais potente ainda é a isotretinoína, ministrada em comprimidos. Entre os seus efeitos colaterais estão possíveis prejuízos ao fígado e má-formação fetal. Por isso, é imprescindível o acompanhamento médico.

Tratar a acne também é um meio de impedir as marcas emocionais que a doença pode deixar. Com esse intuito, a dona-de-casa Lúcia Araújo, de Brasília, decidiu dar início ao tratamento da filha Pollyana, dez anos, que tem sardas e cravos. “A acne me fez sofrer na juventude. Minha filha não vai passar pelo mesmo”, diz Lúcia. Na puberdade, as formas mais intensas são comuns em meninos. Quem passa por elas, jamais as esquece. Para quatro jovens músicos de São Paulo, a experiência foi tão marcante que eles batizaram sua banda com o sugestivo nome de A. C. N. E. “Todos nós tivemos”, diz o guitarrista Théo de Queiroz, 17 anos. “Alguns ainda têm”. Entre as mulheres, o problema pode persistir por mais tempo. “Isso ocorre por causa de alterações hormonais”, diz a dermatologista Izelda Costa, do Hospital da Universidade de Brasília.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

GLAUCIO DETTMAR/AG. ISTOÉ/ WELLINGTON CERQUEIRA/AG. ISTOÉ

EXPERIENTES Com dez anos, Pollyana já se trata. Na banda A C. N. E., todos tiveram espinhas


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias