Para os apaixonados, o cheiro de quem se ama pode ser mais estimulante do que o mais sofisticado dos perfumes. Isso porque o homem, assim como muitos animais, exala uma substância natural chamada feromônio, capaz de atuar no sistema límbico (estrutura cerebral responsável pelo processamento das emoções) e levar o desejo sexual às alturas.

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Com a organização social e cultural da espécie humana, acabamos selecionando outros sentidos e critérios para eleger parceiros. Mas, ainda hoje, a ciência mostra que respondemos a instintos primitivos no jogo da sedução – e o olfato é um deles, como provam diversos estudos. Um dos mais recentes foi realizado pela Universidade da Califórnia, nos EUA. Cientistas avaliaram a reação de 48 mulheres depois de inalar a androstenodiona, feromônio masculino presente no suor. Todas tiveram aumento dos batimentos cardíacos e sentiram-se sexualmente estimuladas. Outro estudo, da University College London, da Inglaterra, contou com 76 indivíduos, entre homens e mulheres. Os resultados foram classificados em função das relações sociais que os participantes experimentavam depois de usar outro feromônio. Foi observado um aumento considerável no número de relações sexuais dos participantes. “Pesquisas como essas confirmam que amor e sedução sempre foram uma questão de cheiro e pele”, diz o médico e psicólogo Jorge José Serapião, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Diante de evidências como essas, pesquisadores do mundo todo têm se esforçado para decifrar o caminho percorrido pelo cheiro, do nariz até o despertar do desejo. O objetivo é usar as informações obtidas na formulação de técnicas para estimular e resgatar o desejo sexual – afinal, sabe-se que a perda da libido está entre as principais causas da infelicidade humana.

As descobertas revelam um delicado mecanismo capaz de separar os tais feromônios do ar que é inalado. Do nariz, eles seguem um caminho distinto até o cérebro, onde ativam estruturas associadas ao desejo. Um detalhe importante, na verdade muito importante para a felicidade a dois, é que o feromônio é uma “estrada” de mão dupla: quem o sente fica interessado por quem o exala. Mas é fato que o atraído também passa a produzir o seu próprio feromônio. E assim fecha-se a rede de atração e prazer. O que os cientistas também constataram é que os feromônios são liberados por glândulas sudoríparas chamadas apócrinas, que se localizam junto aos pêlos dos mamilos, das axilas e da região pubiana e que se desenvolvem a partir da puberdade.

De olho no que já se conhece, algumas empresas lançaram no mercado produtos que dizem conter feromônio sintetizado. Por aqui, esse tipo de artigo é visto com ceticismo, como diz o professor Leonardo Sá, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “Precisamos de mais estudos para saber se são eficazes ou não.”

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Um teste de caráter informal com esses produtos, realizado pela rede americana de televisão ABC News, deu um resultado no mínimo curioso. Duas irmãs gêmeas passaram um tempo em um conhecido bar de Nova York, nos EUA. Em uma delas foi aplicado um aerossol de feromônio e na outra um spray que não continha a substância. Como terminou a noite? A mulher que tinha utilizado feromônio contou com a aproximação de 30 homens. A que não tinha usado a substância somou 11 rapazes interessados.


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