Após três décadas e meia de rompimento diplomático, EUA e Irã começaram a conversar na semana passada e já posam de aliados. Não há como negar que essa questão é, de fato, historicamente irônica. Para os EUA, o fundamentalismo teocrático do Irã tem sido sinônimo de terrorismo, sobretudo pelo cinismo com que Teerã nega o desenvolvimento de arsenal nuclear. Diante da guerra fratricida no Iraque que opõe o governo xiita ao grupo terrorista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o presidente Obama não teve outra opção, no entanto, a não ser a de admitir que nesse momento os dois países têm interesses comuns. Impedir o avanço dos sunitas é importante para os iranianos desejosos de manter a hegemonia xiita na região. Para os EUA, a contenção de grupos radicais é questão de segurança nacional. Mais ainda: a crise no Iraque torpedeia a anêmica recuperação econômica dos EUA porque afetará a médio e longo prazos o preço do petróleo.


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