MÁRCIO MADEIRA/AG. ISTOÉ

PASSARELA A Blue Man, de moda praia, trocou o Rio pela SPFW

Primeiro foi Gisele Bündchen. A übber model que levou até cambistas à Marina da Glória, onde o Fashion Rio é realizado, agora vai causar alvoroço em São Paulo. Alegando “um novo posicionamento de mercado”, a Colcci, que banca a vinda da megaestrela ao Brasil, trocou a semana de moda carioca pela paulistana. Depois, David Azulay, dono da grife de moda praia Blue Man, fez o mesmo caminho. Mais um pouco e…ops…, outra grife, a Reserva, anunciou que também pegaria a Via Dutra com suas araras de roupas masculinas. Por fim, o pior golpe: a patrocinadora Havaianas, que apoiava as edições de verão desde 2002, também mandou seus chinelos para a São Paulo Fashion Week (SPFW).

Impossível não perguntar: Será o fim do Fashion Rio? “Essas mudanças não abalam em nada. O Fashion Rio jamais ganhou patrocínio por conta de uma marca ou de uma top model em particular”, afirma Eloysa Simão, idealizadora e coordenadora do evento. Embora grifes importantes estejam rumando para São Paulo, Eloysa diz que há outras que fazem o caminho inverso e novas chegando. Carlos Tufvesson é um exemplo. Após quatro anos, o estilista retorna na próxima edição, entre 7 e 12 de junho, assim como Walter Rodrigues. Duas novas marcas estréiam: Espaço Fashion e Billabong.

A Havaianas informou, sem muitos detalhes, que a decisão de abandonar o Fashion Rio e aportar na SPFW é parte de uma nova estratégia da marca. Azulay, diferentemente, diz que está saindo porque o evento perdeu força. “Já me perguntaram se eu não estava mais desfilando, porque você passa despercebido. Em São Paulo, o mercado é forte, podemos crescer. E o evento tem uma estrutura maior”, diz ele. “No Rio, só as tendas são cobertas. Se chover, já era. Acho que o Rio merecia coisa melhor, marcas e estilistas com expressão nacional mais forte. Fica uma coisa voltada para grifes de varejo que, atravessando o (túnel) Rebouças, ninguém conhece”, critica o estilista da Blue Man.

Tufvesson diz que resolveu voltar para prestigiar sua clientela. “Elas reclamavam que tinham de viajar ou que não viam o desfile. Minha família e meus amigos também”, conta. Para o carioca, entretanto, a escolha do local onde a coleção será apresentada também depende do momento. “Não é que você pretere uma semana em função da outra. A coleção tem inspiração no Rio, por isso tem tudo a ver apresentá-la na cidade. No ano que vem posso ir para Nova York”, sugere, numa atitude salomônica para quem vive num ambiente repleto de alfinetadas.