O PMDB não engana
Quando negociou o apoio do PMDB ao governo, o deputado Michel Temer vendeu a idéia de que teria nas mãos o controle do partido. Mas o episódio do apoio peemedebista ao DEM de Gilberto Kassab, em São Paulo, passou ao PT e ao presidente Lula a impressão de que o PMDB continua o mesmo gigante ingovernável. Temer esforça-se em demonstrar que o caso de São Paulo foi exceção. Mas há sinais de rebeldia também no Rio e no Pará. A grande preocupação de Temer é que os vôos autônomos do PMDB provoquem uma reação no PT que culmine com a retirada de apoio ao seu projeto de suceder a Arlindo Chinaglia na presidência da Câmara. 
 
Nas mãos de Deus
O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social para este ano é de R$ 28 bilhões. Com tanta munição, causa estranheza que o ministro Patrus Ananias ainda não tenha entrado na briga pela sucessão. Ele esclarece: “Não vou sair reivindicando nada. Deixo meu futuro político nas mãos de Deus.”

Mulher-macho
Todos os militantes do MST presos em ações violentas no Rio Grande do Sul estão sendo fichados pela polícia. A medida foi bem recebida. Nenhum governante teve a mesma coragem da governadora Yeda Crusius ao enfrentar o MST.

“A outra”
O senador Renan Calheiros resolveu adiar o projeto de um livro com sua versão do affair com a jornalista Mônica Velloso. A Outra seria editado pela Geração Editorial. Renan, porém, julgou que a publicação da história agora só iria reavivar o caso.

Nas sombras
O ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, que sempre rezou na cartilha do PSDB de Aécio Neves e na do PT de Delúbio Soares, foi resgatado do ostracismo pelo grupo do PMDB carioca para operar nas sombras. O motivo é a experiência que Dimas acumulou no trato com políticos em sua trajetória na empresa.

Energia negativa
Está feia a briga no PT de Minas entre os que são contra e os a favor da aliança com o PSDB. Bastou o deputado Wellington Prado (PT) espalhar outdoors em BH pelo racionamento de energia elétrica para que fosse acusado pelos próprios petistas de usar ligações irregulares para iluminar os painéis. Prado é contra a aliança.

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM  O GENERAL OCTÁVIO COSTA, ex-assessor do presidente Médici 
 
ISTOÉ – Lula adotou o “ninguém segura este país”?
Costa – Qualquer comentário meu será mal interpretado. Já pago um preço indevido pela frase “Brasil, ameo ou deixo-o”, do SNI.

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ISTOÉ – A frase não é sua?
Costa – Não. Foi uma explosão do presidente Médici, na vitória do Brasil na Copa de 70. Ele associou a economia, que estava crescendo, à vitória do Brasil.

ISTOÉ – O sr. aprova o governo Lula?
Costa – Tem aspectos positivos e negativos. O grande saldo é a plenitude democrática, é eleger um torneiro mecânico presidente.

O destino da Infraero
Prosseguem a todo vapor os estudos de privatização da Infraero. No começo da noite da quarta-feira 7, reuniram-se na sede do BNDES, no Rio, o presidente do banco, Luciano Coutinho, e o presidente da estatal, Sérgio Gaudenzi. Em pauta, as alternativas para modernizar os aeroportos com a participação de investimentos privados. Inicialmente, o que está em discussão é o melhor caminho para abrir o capital da Infraero ao público. Antes disso, a hipótese de venda da estatal foi descartada. 

Cargo cobiçado
Os membros do Conselho Nacional de Educação estão de olho no Diário Oficial da União. É que o Ministério da Educação vai trocar a metade dos conselheiros, mas não se sabe quem será substituído. Disputado por reitores e especialistas, o cargo dá prestígio e poder. As Câmaras de Educação Básica (CEB) e de Educação Superior têm 24 conselheiros. Doze serão mudados. Um dos candidatos à presidência do Conselho é a presidente da CEB, Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, ex-reitora da PUC de Goiás.

O príncipe e a floresta
A Amazônia foi tema de debate em Londres, num encontro promovido pelo príncipe Charles, que reuniu ambientalistas, políticos e empresários de vários países no evento Amazon Private Meeting. A principal constatação do príncipe ao fim do encontro ajuda a explicar o conflito da reserva Raposa Serra do Sol. A devastação da Amazônia, disse Charles, é um problema econômico, e a solução também tem de ser econômica. Representou o Brasil o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC).

Salve Rondônia
Estudantes de Rondônia vão fazer protesto em Brasília para chamar a atenção para os problemas do Estado. Cobram do governo federal a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho. A chegada do gás natural à região evitaria a emigração de recém-formados pela falta de mercado de trabalho.

Todos por um
O ministro Nelson Jobim viaja na segunda-feira 12 para Argentina, Chile e Uruguai, no seu périplo a favor da criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. Para ele, o órgão deve buscar a integração política, mas não operacional. A proposta brasileira será submetida à cúpula da Unasul, em 23 de maio, em Brasília.

Piquet sociável
Nelson Piquet fechou parceria com projetos sociais em Brasília. Um deles é o Formando Campeões, dirigido pela tetracampeã mundial de caratê Carla Ribeiro. Neste ano, o projeto vai beneficiar mil alunos de áreas carentes.

RETRATO  FALADO 
 
Presidente da CPI da Pedofilia, o senador Magno Malta (PR-ES) se diz estarrecido com o material divulgado pelos internautas. A quebra de sigilo de 3.261 álbuns do Orkut revelou a ação de mais de 500 pedófilos no Brasil. Há imagens de crianças sendo molestadas, de todas as idades. “Estou com dor de cabeça há dias, só de olhar as imagens”, diz. A CPI quer tornar mais pesadas as punições aos pedófilos.
 “Nunca vi algo tão indigno, tão nojento e tão criminoso em toda a minha vida ” 
 

R Á P I D A S
• Se a segurança nos céus depender do ritmo da liberação de verbas, a situação é preocupante. Dos R$ 526 milhões previstos para segurança de vôo e controle do espaço aéreo, só foram desembolsados 5,04%.
• A Agência Nacional de Saúde (ANS) está atenta às empresas que trabalham com corretagem e intermediação de contratação de planos de saúde. O órgão avalia que elas representam um mercado em franco crescimento, mas ainda não regulamentado, o que pode significar problemas no futuro.
• A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) quer o fim do fator previdenciário. Ela diz que o superávit da assistência social foi de R$ 60 bilhões em 2007 e que o governo economizou R$ 10 bilhões.
• O agronegócio brasileiro está fazendo a festa com a crise de alimentos. Entre os dez maiores exportadores do País, ao lado da Petrobras e da Vale, estão a Sadia, a Cargill, a Bunge e a Perdigão.


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