Henrique Vaz, 18 anos, percebeu aos 12 que fazer faculdade nos Estados Unidos não era um sonho tão longínquo. Ouvia, empolgado, as histórias de colegas que estavam no Exterior. “Me sentia motivado vendo pessoas tão novas em lugares fantásticos”, diz. Por conta própria, começou a pesquisar sobre faculdades e cursos. Agora, seis anos depois, Henrique foi aprovado em três universidades americanas de ponta – Harvard, Yale e Cornell – e se prepara para começar as aulas no segundo semestre, início do ano letivo no Hemisfério Norte.
Às vésperas de se mudar para os EUA, o jovem vai engrossar o número de alunos brasileiros estudando no país, que no período 2012/2013 atingiu seu recorde: 10.868 estudantes, um crescimento de 20,4% em relação à temporada anterior. “Há muita informação sobre universidades americanas em sites, blogs e as instituições têm feito mais feiras e palestras no Brasil”, afirma Marta Bidoli, supervisora do centro de orientação Alumni Advising do EducationUSA, organização internacional de apoio a alunos que querem estudar nos Estados Unidos.

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PROJETO
Luana Lara e o MIT, onde pretende estudar engenharia robótica

Para Renata Pereira Moraes, gerente de educação da Fundação Estudar, quanto mais cedo o jovem souber que quer estudar fora, mais chance ele terá de ser aprovado, pois poderá começar a desenvolver no Brasil atividades relacionadas à sua escolha. “No processo americano, as instituições olham muito para o histórico do aluno, suas notas, engajamento social e tudo o que conquistou em olimpíadas de conhecimento”, diz. Henrique seguiu esse caminho. No oitavo ano do ensino fundamental, ele criou um projeto para dar aula de matemática a alunos de escolas públicas. Por causa da habilidade com os números e da preocupação com questões sociais, pensa em cursar economia – Harvard é sua primeira opção. Nas universidades americanas, a carreira pode ser escolhida no segundo ano da graduação.

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DEDICAÇÃO
Aprovado em três universidades top, Henrique Vaz
pesquisava sobre faculdades no Exterior já aos 12 anos

Também aprovada para o próximo ano letivo, Luana Lopes Lara, 18 anos, foi aceita nas universidades Yale, Stanford e Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), sua preferida pelo desejo de estudar engenharia robótica. “O processo para ser aceito em uma universidade americana é bem diferente do brasileiro. É preciso fazer algumas provas, redação, entrevista, além de comprovar a proficiência no inglês”, diz ela. As portas estão cada vez mais abertas para os brasileiros, mas a questão financeira ainda pesa. Os valores são altos. No MIT, os gastos podem chegar a US$ 37 mil (cerca de R$ 85 mil) por semestre, incluindo moradia. Em Harvard, os dois primeiros semestres custam US$ 39 mil (cerca de R$ 90 mil). As universidades oferecem bolsas, algumas de até 70% da anuidade. “A concorrência, no entanto, é muito grande. Por isso é importante se preparar bem para conseguir boas notas no TOEFL e no SAT”, afirma Marta, do EducationUSA, referindo-se aos exames de inglês e ao vestibular americano.

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Fotos: Kate Watson; Rafael Hupsel/Ag. Istoé