A Associação Federal de Medicina dos EUA já bateu à porta da Suprema Corte para explicar que mentem aqueles que defendem a injeção letal como método “mais humano” de execução. A injeção paralisa o condenado por fora e explode o seu coração por dentro, impedindo que exteriorize a sua dor – assim, ela é cinicamente “mais humana” somente para aqueles que têm de testemunhar a execução. Na terça-feira 29 mais um exemplo da “humanidade” da injeção foi dado em Oklahoma. Na maca para morrer na semana passada estava Clayton ­Lockett (assassinou uma mulher em 1999). Como está em falta a substância tradicional da “inconsciência” (o laboratório parou de vendê-la ao governo americano justamente por ser usada na pena de morte), foi substituída por “midazolam” (indutor de sono, também utilizado como pré-anestésico). Lockett agonizou por 47 minutos (a média é dez). O fato impediu que fosse executado outro condenado, Charles Warner, que tinha encontro com a morte assim que a maca de Lockett esfriasse.