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A persistência da inflação na faixa entre 5% e 6% está convencendo o governo de que ela adquiriu memória. É assim: certos de que as altas de preço do passado irão repetir-se no futuro, os setores econômicos que têm força para reajustar o valor de suas mercadorias e serviços fazem reajustes preventivos, que provocam novos reajustes e mais reajustes, etc. O governo imaginou que poderia cortar a memória inflacionária abrindo mão de tributos e impostos, como fez ao desonerar a folha de pagamentos e controlar combustíveis. A ideia parecia fazer sentido: diminuir a inflação pela redução de custos das empresas. Não funcionou.

Longa marcha até junho

As crises sucessivas em diversos Estados convenceram o governo de que só será possível saber quem vai caminhar com quem na eleição presidencial em junho, depois das convenções partidárias. Em Brasília, Aloizio Mercadante dedica-se, entre outras coisas, a compatibilizar aproximações federais e dissidências estaduais.

Os neopeemedebistas

O empenho nulo do Planalto na defesa do deputado André Vargas era previsível. Vargas integra aquele grupo de parlamentares chamados de “neopeemedebistas” dentro do governo. A definição se explica por sua aproximação crescente com empresários que são financiadores tradicionais do PMDB.

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Composição afinada

Depois de providenciar a fritura de Gim Argello, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, emplacou a indicação do consultor legislativo Bruno Dantas para a vaga no Tribunal de Contas da União. Articula o apoio de Renan Calheiros e a anuência de José Sarney para satisfazer o PMDB e barrar a indicação do PSB por Fernando Moutinho.

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Tucanar é preciso?

O ex-senador tucano Tasso Jereissati usou seu grupo de comunicação do Ceará para contratar o padre-cantor paranaense Reginaldo Manzotti. Maior audiência do rádio no Nordeste, padre Reginaldo rompeu parceria com a FM Dom Bosco, dos Irmãos Salesianos, para levar seu evento “Evangelizar é Preciso” para a FM Jangadeiro.

Doleiro pluripartidário

As relações do doleiro Alberto Youssef não se restringem a PT, PP e outras legendas aliadas. Na movimentação financeira da consultoria MO, que lavou dinheiro de contratos públicos, há registros de transação com empresas que abasteceram campanhas do DEM nacional e do PSDB de José Jatene.

Punição e mau humor

A perda de 80 minutos de propaganda em rádio e tevê que o PMDB pode sofrer em São Paulo, como punição do TRE por denúncia de propaganda antecipada a favor de Paulo Skaf, começa a causar mau humor no partido. Adversário de Skaf pela candidatura ao governo, o ex-delegado Fernando Fantauzzi corre atrás de candidatos a deputado que temem ficar sem chance de mostrar o rosto na tevê durante a campanha.

Bola murcha

O Ministério dos Esportes decidiu cancelar a licitação de R$ 140 milhões para a compra de 35 mil kits de material esportivo para o programa Segundo Tempo. ISTOÉ revelou suspeita de favorecimento da empresa Capricórnio S/A, já denunciada em outros casos. Vencedora do pregão, a empresa Layon vai recorrer.


Toma lá dá cá

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Neca Setúbal, herdeira do Itaú e coordenadora do programa de governo PSB/Rede

ISTOÉ – Como Roberto Amaral, presidente do PSB, favorável à energia nuclear, irá entender-se com Marina Silva?
Neca –
O Roberto Amaral fez uma revisão dessa posição. A gestão do Eduardo Campos em Pernambuco teve uma ampla plataforma ambiental de investimento em energia solar.

ISTOÉ – De onde vem a linguagem da campanha, que tem conteúdo popular e formato sofisticado?
Neca –
A ideia é uma organicidade com a sociedade. É um conceito de acolhimento, de unir os diferentes grupos sociais que estão participando da campanha.

ISTOÉ – A militância da Rede adotou Eduardo Campos?
Neca –
A militância já está envolvida com o Eduardo Campos em todas as dimensões. Vamos contar muito com a militância virtual na campanha.

Rápidas

* O antropólogo Tomás Tarquinio escreveu um novo capítulo nos horrores apurados pela Comissão Nacional da Verdade. Contou que, preso no Chile, após o golpe que derrubou Salvador Allende, foi entregue por autoridades daquele país para ser torturado por oficiais brasileiros enviados especialmente para Santiago.

* Sem disposição para enfrentar surpresas desagradáveis com verbas da Copa, Aldo Rebelo encarregou três assessores de passar um pente fino em gastos de última hora.

* Técnicos do Senado enxergam a ação de robôs na enquete sobre neutralidade na internet, que terminou com uma vitória ampla de quem queria autorizar a venda de pacotes de acesso.
 
Dilema do poder

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vive um dilema. A pesquisa encomendada por seu partido para o governo alagoano mostra que ele ganharia a disputa no primeiro turno. O senador, entretanto, tenta emplacar o filho, Renan Filho, fraco de votos, apesar do esforço do pai. Em busca de vitamina, Renan pai quer fazer um acordo com Dilma.

Retrato falado


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O senador Wellington Dias (PT-PI) aproveitou um dos intervalos do depoimento da presidenta da Petrobras, Graça Foster, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para provocar os adversários. Ele entrava nas rodinhas de parlamentares da oposição com uma sugestão: quem acha que a Petrobras deve praticar preços de mercado deveria ir para a tevê e dizer para o eleitor quanto ele deve pagar a mais pela gasolina.

Em frente única

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Interessada em vender o Kindle com os mesmos benefícios fiscais de livros impressos no país, a Amazon irá enfrentar um debate acalorado em audiência pública na Câmara, a 6 de maio. Sob coordenação da relatora Fátima Bezerra (PT-RN), a crítica ao projeto mobiliza técnicos do Ministério da Fazenda e o escritor Fernando Morais.

Dilema do poder

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vive um dilema. A pesquisa encomendada por seu partido para o governo alagoano mostra que ele ganharia a disputa no primeiro turno. O senador, entretanto, tenta emplacar o filho, Renan Filho, fraco de votos, apesar do esforço do pai. Em busca de vitamina, Renan pai quer fazer um acordo com Dilma. 


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