Lula voltou aos holofotes. Mais uma vez. Veio, de novo, socorrer a pupila Dilma; tentar estancar a sangria de popularidade do governo petista nas últimas pesquisas; e cobrar providências, ação e reação, mais agressivas do Planalto contra a avalanche de problemas que estão surgindo no horizonte. Lula sentiu o cheiro de queimado. Teme que o espetáculo de ineficiên­cia leve o público a quebrar o cinema e a desistir da protagonista do show. Recomendou, até ele, mudanças na política econômica. Apontou que vai falar mais, dar mais palpites e levar pelo braço a “candidata” em todos os palanques nacionais que sejam necessários para o intento maior que é, ainda, a reeleição de Dilma. Lula voltou para dizer que ele não volta ao comando do País. Ao menos não agora. Não descartou a busca por um terceiro mandato. Mas o projeto fica para depois que Dilma cumprir sua almejada saga de oito anos no poder. Não há entre observadores e no mercado quem acredite que essa seja uma posição definitiva de Lula. A grande maioria avalia que, em um eventual cenário demasiadamente negativo à presidenta, lá para meados de agosto, quando a campanha eleitoral estiver de fato esquentando, o “volta Lula” pode novamente ser cogitado com uma edificante resposta do líder ao estilo “tá bom, diga ao povo que eu volto”! Assim “Lula, o retorno 3” entraria em cartaz mais cedo do que se planejava. Com a expectativa petista de repetir junto à plateia o sucesso arrebatador das edições passadas. Lula, o cobiçado como melhor opção nas hostes aliadas, sabe que esse é um lance por demais arriscado. Consagra o fracasso de sua escolhida – e, por tabela, dele mesmo que a conduziu até lá – e coloca em duro teste sua reputação costurada em oito anos de Presidência. Ele terá de convencer a turba de que, apesar dos pesares, da herança entregue até aqui, poderá fazer mais que a oposição. Uma aventura rumo ao terceiro mandato se mostra mais segura e confortável na disputa de 2018, quando o cenário econômico estará mais bem definido – para o bem ou para o mal. Lula entraria assim ou como salvador da pátria ou como consolidador das conquistas. Cravaria o feito de 20 anos do PT no controle do Brasil. E seguiria no papel de fiador e tutor da estabilidade. É aguardar os próximos capítulos da temporada! 


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