Com o atraso de milhões de vidas perdidas e de toneladas de drogas traficadas, os EUA e diversos países da América Latina admitiram, na semana passada, que a política de segurança baseada exclusivamente na repressão tem-se mostrado ineficiente no combate ao tráfico e na prevenção da dependência química. Reunidos em Viena na 57ª Sessão da Comissão de Narcóticos da ONU, ministros e governantes ressaltaram a necessidade de a “questão ser olhada no campo da saúde pública” – o que não significa em momento algum a liberação ou legalização das drogas. A grande surpresa veio do governo dos EUA: alarmado com o número de presos no país (mais de dois milhões de pessoas, a maioria delas por tráfico), as autoridades querem reduzir as penas dos próprios traficantes e encaminhá-los a condenações alternativas e a tratamento psiquiátrico e psicológico.