É inevitável que um país que carrega traumas de atentados como o de 11 de setembro de 2001 e o de 15 de abril do ano passado na Maratona de Boston ligue imediatamente qualquer explosão a atos terroristas. Esse foi o primeiro pensamento dos americanos na quarta-feira, quando dois prédios desabaram em Nova York, no bairro de East Harlem. É natural também que, por mais que lamentassem a notícia de oito pessoas mortas e 69 feridas, os EUA respirassem relativamente aliviados com a certeza de que os desabamentos foram causados por vazamento de gás. Também pela cabeça do prefeito Bill de Blasio a primeira palavra que passou foi “terrorismo”. Afastada essa hipótese, ele lamentou a fatalidade: “essa é uma tragédia do pior tipo, porque não houve um sinal a tempo de salvar as pessoas.” Foi de exatos 15 minutos o tempo ao qual o prefeito se refere: às 9h13 uma mulher telefonou à concessionária Con Edison alertando para o forte cheiro de gás. Às 9h28 as tubulações explodiram.