Atrás do ibope

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Nome forte na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não tem poupado esforços para monitorar, via Ibope, a  popularidade da Câmara. No fim de janeiro, Henrique Alves empenhou mais de R$ 400 mil para pagar dois contratos com o instituto. Um prevê a avaliação da audiência da TV Câmara por meio de aparelhos e o outro é relativo à pesquisa mensal com 2 mil cidadãos, para responder questionário sobre a Rádio Câmara. Os contratos são protegidos por cláusulas de sigilo.

Mudança casada

Por trás da guerra externa, caciques do PMDB  formulam planos na reforma ministerial. O  ministro do Turismo, Gastão Vieira, sonha com uma promoção: tornar-se titular da Educação. Já o senador Vital do Rego (PB), que já foi cotado para uma pasta milionária, Integração, tem dito que ficaria feliz… no Turismo.

Ameaça contagiosa

A ausência de senadores do PMDB em um encontro com Aloizio Mercadante e Ideli Salvatti, na semana passada, tornou-se sinal de que a rebelião de deputados do partido começa a atravessar o corredor que separa as duas casas. Nem o líder Eduardo Braga apareceu.

800 vezes acima do teto

Viagem de dois altos funcionários (e esposas) do Ministério do Turismo a Taiwan será denunciada à Comissão de Ética da Presidência. Como Brasil e Taiwan não têm relações diplomáticas, a viagem, paga pelo governo de Taiwan, teve caráter privado, com valor estimado em R$ 80 mil por casal. O limite legal para presentes recebidos por um servidor público é de R$ 100.

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Aliança duradoura

O PSB de Eduardo Campos tem dificuldade para se afastar do PT no Senado. Em uma reunião na semana passada, lideranças do PT concordaram que os socialistas, afastados do governo, têm sido mais fiéis do que o PMDB.

Sai daí, Pedro Henry

Em Cuiabá desde o início de janeiro, cumprindo sua pena de sete anos em regime semiaberto, o ex-deputado Pedro Henry não cortou os laços com o Congresso. Até hoje Henry não devolveu o apartamento funcional a que tinha direito quando era parlamentar, embora tenha renunciado ao mandato em dezembro de 2013, quando se entregou à Polícia.

Comandante em alta

O general brasileiro Carlos Alberto Santos Cruz tem sido frequentemente citado pela imprensa internacional pelo trabalho realizado no Congo. O brasileiro é o comandante da Força da Missão das Nações Unidas no Congo e responsável pelo trabalho de 25 mil militares de 50 países diferentes. A TV Al Jazeera fez um documentário especial sobre o trabalho do general na proteção do país em guerra civil.

A volta de Medeiros?

Recebido em audiência pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, o sindicalista Luiz Antônio de Medeiros deixou Brasília como candidato a secretário-executivo do Ministério. A ligação de Medeiros com Paulinho da Força, adversário estridente de Dilma, pode transformar essa ideia em uma nova fogueira em Brasília.

Gato e rato no carnaval

O governador e pré-candidato à Presidência Eduardo Campos afinava os tambores para cair na folia no camarote oficial no desfile do Galo da Madrugada. Mudou de planos depois que a PM informou que, através da internet, grupos de jovens marcavam protesto em frente ao lugar. Precavido, o governador desmontou o camarote para não desistir da folia. Num estilo gato e rato, fará aparições-surpresa. 

Revolta das saias

Lideranças da bancada feminina na Câmara dos Deputados estão insatisfeitas com a indicação de uma única mulher para presidir as comissões temáticas. As deputadas representam apenas 8% da Câmara, mas não conseguiram sequer a proporcionalidade, que seria de três comissões. Em protesto, já avisaram que nas próximas eleições da Mesa Diretora não vão ceder aos acordos fechados pelos partidos e vão lançar candidaturas independentes aos cargos de comando da Casa.

Toma lá dá cá

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Nos primeiros meses do governo Dilma, o senador Delcídio Amaral (PT-MS)  lembrou aos colegas que se o governo não tratasse o Congresso com atenção pagaria uma conta salgada mais à frente.

ISTOÉ – O governo abandonou o Congresso?
DELCÍDIO AMARAL –
Não foi abandono. O governo deixou de ser proativo. Demorou para dar respostas aos problemas.

ISTOÉ – Por quê?
DELCÍDIO –
Faltou compreender que o Congresso pode até ser criticado pela população, mas tem força. Pode criar surpresas para
o governo, interferir em votações. O aliado pode se transformar em adversário.

ISTOÉ – Dizem que a presidenta não gosta dos políticos…
DELCÍDIO –
Não é problema de gostar ou não. Há uma instituição, e os parlamentares falam por ela. Noblesse oblige, dizem os franceses. 

Rápidas

* Uma das primeiras medidas de Thomas Traumann, o novo titular da Secretaria de Comunicação, teve caráter técnico. Suprindo uma deficiência que chamava a atenção de visitantes, mandou instalar um Wi-Fi para jornalistas que fazem a cobertura do Planalto.

* Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, resolveram aderir ao Volta Lula, passando a sublinhar suas queixas sobre a falta de coesão da base de Dilma Rousseff.

*Na viagem a Betim, na semana passada, Dilma lembrou sua atuação na greve dos metalúrgicos da cidade, um dos maiores protestos de operários durante o regime militar. “Fiz muita greve aqui,” disse, sendo  aplaudida.

*Já atende pelo nome de PEC (Partido de Eduardo Cunha) o coletivo de parlamentares que faz a oposição mais dura ao governo no Congresso. O governo calcula que ali se concentram 250 votos, num plenário de 513. Nenhuma legenda é tão grande.

Retrato falado

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Segundo o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, a prisão equivocada do ator negro Vinícius Romão, confundido com um assaltante, comprovou os argumentos mais pessimistas de lideranças que se dedicam a denunciar o preconceito racial no País. Também lembrou que as autoridades que têm obrigação de garantir o cumprimento das leis em vigor, inclusive contra o racismo, estão contaminadas pelo preconceito que deveriam combater.  

Papel invertido

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Só para quebrar a máxima de que todo senador titular tem um número dois milionário – que entra na chapa só para financiar a campanha –, Blairo Maggi vai se licenciar após o Carnaval e deixará em seu lugar o suplente Cidinho dos Santos. Comparado a Blairo, ele é um modesto empresário. O titular declarou à Justiça Eleitoral R$ 152 milhões em patrimônio e Cidinho, R$ 6 milhões.

Debate aquecido

Enquanto uma maioria de parlamentares procura aproveitar a Olimpíada, em 2016, para lançar medidas capazes de estimular a criação de postos industriais no mercado de trabalho, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR) abriu um debate na Câmara com uma proposta inversa: quer diminuir impostos para a importação de produtos esportivos para o  Brasil e já apresentou projeto a respeito. O debate promete.

Fotos: Andre Borges/Folhapress; JOSÉ PATRÕCIO/AG. ESTADO/AE
Com a colaboração de Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo