Joaquim avisou Dilma que não é candidato em 2014

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 Em seu telefonema a Dilma Rousseff, na semana passada, Joaquim Barbosa deu duas notícias. A primeira é que está de saída do STF. A novidade é que não deixará o tribunal antes de 30 de abril, a data limite para que pudesse filiar-se a um partido político e disputar um cargo eletivo ainda em 2014. Nada foi dito sobre as diversas oportunidades eleitorais que serão abertas em 2016, ano de eleições municipais, em 2018 e assim por diante. Caso o presidente do STF mantenha os planos até lá, a campanha seguirá em temperatura morna pelos próximos meses. No Planalto, considera-se que nada muda pelo menos até o Carnaval e que as últimas pesquisas, que mostram vitória de Dilma no primeiro turno, apenas refletem uma realidade eleitoral visível em dezembro de 2013.

Popularidade interna
A equipe de recursos humanos do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a reaplicar um questionário sobre condições de trabalho em cada gabinete do tribunal. Os resultados são mantidos em segredo, mas algumas informações acabam vazando. Num levantamento feito em 2001, Carlos Ayres Britto, já aposentado, foi o mais elogiado pelos servidores. O segundo foi Ricardo Lewandowski.

PMDB quer ministros com mandato de cinco anos
A reforma ministerial está paralisada. Dilma pretendia nomear senadores que não disputam o mandato em outubro. Em caso de reeleição, teria mãos livres para formar uma nova equipe sem deixar cadáveres no caminho. Sob liderança de Eduardo Cunha, o PMDB quer indicar deputados que ficariam de fora da eleição, mas cobram garantia de manter o emprego até 2018. Está difícil de resolver.

Chapa desfalcada
O Planalto considera que o propinoduto tucano produziu uma primeira baixa em 2014, inviabilizando a indicação do senador Aloizio Nunes Ferreira como companheiro de chapa de Aécio Neves.

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Charge

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Apagão da Cemig
Petistas e tucanos disputam culpas administrativas e ganhos eleitorais em função do corte de energia ocorrido em Minas Gerais. Comandada pelo governo do Estado, a Cemig alega que o problema é o mesmo ocorrido em outras áreas do País e que a responsabilidade se encontra em Brasília. Os petistas dizem que ocorreu um desligamento de segurança, operação que nada tem a ver com racionamento.

Contra-candidatos na Agricultura
No capítulo dos ministérios específicos, a Agricultura transformou-se num impasse profundo. Dilma não tem dúvida de que irá entregar a Pasta ao PMDB, mas até agora só surgiram contra-candidatos. Um deles não é visto como porta-voz da legenda. Outro recorda os piores momentos do PMDB sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Guilhotina
Uma investigação sobre gastos de publicidade em prefeituras de Santa Catarina já provoca temores em prefeitos e vereadores. Eles receiam que uma interpretação maligna da legislação possa permitir a cassação de dezenas deles no Estado e, se criar jurisprudência, mais de mil no País.

A volta do sindicato de pescadores
Há uma luta silenciosa dentro do governo contra a máquina de fabricar sindicatos artificiais. A proposta reside num decreto que permite transformar milhares de comunidades de pescadores espalhadas em cada praia do litoral do País em sindicatos de trabalhadores, sugestão que não tem nada a ver com direitos trabalhistas, mas com os ganhos que o imposto sindical pode proporcionar às lideranças, burocratas e autoridades envolvidas. Depois de receber estímulos no Ministério da Pesca, o projeto foi alvejado pelo Ministério do Trabalho durante a gestão de Brizola Neto. Mas voltou a circular, com chances de virar realidade, depois da posse de Manoel Dias.

Pagamento garantido
Para garantir a cobrança do imposto sindical dos pescadores, que não têm vínculo com empregadores, a ideia é suspender o pagamento do “defeso” – benefício assegurado nos períodos em que a pesca de determinadas espécies fica suspensa – para quem não fizer o pagamento. Poucas vezes se viu proposta tão cruel para tirar dinheiro do bolso dos brasileiros pobres.

Toma lá dá cá

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 Senador Lobão Filho (PMDB-MA), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso

ISTOÉ – Qual o impacto do contingenciamento de R$ 13 bilhões em emendas parlamentares?
Lobão –
Foi um valor muito alto, além do que esperávamos. Isso é muito ruim.

ISTOÉ
– O corte foi feito depois que o governo prometeu aumento de recursos de emendas para garantir a votação…
Lobão –
Desta vez o governo foi obrigado a usar o mesmo percentual de corte para emendas parlamentares e investimentos do governo. Antes esse valor variava e afetava muito mais o Legislativo. Agora estão atrelados um ao outro.


ISTOÉ – Este corte vai desgastar os parlamentares?
Lobão –
O parlamentar não poder contar com as suas emendas não é uma coisa boa. Esses recursos são instrumentos fundamentais para um político com mandato, são muito impactantes para a população. Não ter isso este ano não será nada bom para ninguém.

Rápidas
* Os principais dirigentes do PT fizeram uma pausa nas articulações da campanha. Aguardam um novo encontro entre Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva, a ser realizado nos próximos dias.

* O deputado Vicente Candido foi encarregado de encontrar duas camisetas autografadas pela Seleção Brasileira para Dilma Rousseff dar de presente ao papa Francisco e a Dom Orani Tempesta.

*Novecentas casas levantadas por Siqueira Campos, governador do Tocantins, podem se transformar em contrapropaganda eleitoral. Elas foram erguidas em área de preservação, atravessada por um córrego que foi desviado e agora ameaça a inundar e até a derrubar imóveis.

*Na caça ao voto, o deputado Dionilso Marcon (PT-RS) decidiu investir nos eleitores obesos que se submetem à cirurgia bariátrica para perder peso. Como se tornam clientes especialmente frugais, o gaúcho Marcon quer garantir um desconto de 50% em churrascarias rodízio.

Retrato falado

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“Fazer uma análise com amostra de apenas 15 países é, no mínimo, inadequado. E o pior é não apresentar a metodologia que possa ser comprovada ou contestada.”

De volta ao Senado, a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) – ex-chefe da Casa Civil – chegou esquentando o clima da Comissão de Assuntos Econômicos. Além de bater boca com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Gleisi sugeriu que a comissão aprovasse voto de censura contra relatório semestral do Federal Reserve americano por ter indicado que o Brasil só perde para a Turquia, como economia emergente mais vulnerável.

Estreitando relações

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 O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, esteve no Tribunal de Contas da União (TCU) para solicitar uma atenção especial do presidente Augusto Nardes nos processos de paralisação de obras públicas. Num tom sempre amigável, Mercadante deixou claro que o governo avalia que o TCU tem mostrado um rigor excessivo na busca de irregularidades em obras públicas, atitude que costuma paralisar investimentos essenciais sem necessidade. A conversa foi agradável.


Vereadora sem teto
Vereadora mais votada em Maceió, a ex-senadora Heloisa Helena (Psol) continua causando incômodos aos políticos por suas críticas abertas aos colegas. Em represália, os vereadores a deixaram sem gabinete. Ela despacha no plenário da Câmara e não tem onde acomodar os assessores.

Com a colaboração de Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
fotos: HonÛrio Moreira/OIMP/D.A Press; Adriano Machado / AG. ISTOÉ


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