Em busca do sim ou do não

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A partir desta semana 20 empresas de comunicação que receberam R$ 73,8 milhões da DNA no chamado mensalão recebem uma notificação judicial que admite duas respostas. Ou confirmam a entrada do dinheiro, e inocentam réus acusados de desvio de recursos; ou dizem que os pagamentos são uma peça de ficção destinada a encobrir desvio de dinheiro, confirmando o que se disse no julgamento. Responsáveis pelo documento, os advogados de Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, publicitários condenados a 29 e 26 anos de prisão, acreditam que as respostas irão auxiliar os clientes nos embargos onde contestam a denúncia de corrupção ativa. Em nove anos de processo, essas empresas nunca foram chamadas a confirmar ou desmentir a denúncia de desvio.

Mudança de time
O ministro Aloizio Mercadante tenta convencer a presidenta Dilma a trocar o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia. Mercadante defende a nomeação do petista José Guimarães, que mantém um bom diálogo com todos os líderes, em especial com Eduardo Cunha (PMDB). Chinaglia é hoje inimigo declarado de Cunha.

Lobo tomando conta
Dilma Rousseff aproveitou uma reunião marcada para discutir a participação do PDT na campanha de 2014 e pediu explicações ao presidente do partido e ex-ministro Carlos Lupi sobre a denúncia, publicada por ISTOÉ, de recebimento de propina. Lupi afirmou que foi alvo de fogo amigo, devido a uma disputa para comandar o Comitê de Fundo de Investimento do FGTS, que cuida de R$ 200 bilhões em recursos. Lupi apoiava o nome de João Graça para assumir o comando do comitê, denunciado no escândalo.

Negócio milionário
O sucessor do ministro Aguinaldo Ribeiro no Ministério das Cidades herdará uma bela polêmica. Depois que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) – órgão ligado à pasta – aprovou a obrigatoriedade dos simuladores de direção nas autoescolas, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara resolveu discutir os critérios adotados para selecionar quem irá explorar um mercado de R$ 480 milhões. O País só tem uma empresa habilitada, mas os deputados acham que é muito cliente para um mercado só.

Charge

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Caderninho de Marina
A ex-senadora e pré-candidata a vice-presidente Marina Silva não desgruda de sua cola para discursar. Nas entrevistas ou grandes eventos, como o lançamento do programa de governo do PSB/Rede no auditório Nereu Ramos, na terça-feira 4, Marina se guiou pelos detalhados registros, com temas divididos por etiquetas coloridas, para discursar.

Siga o dinheiro…
O Ministério Público Federal abriu ­investigação para identificar como quatro executivos do Banco do Nordeste conseguiram reunir US$ 1 milhão para pagar um escritório de advocacia num processo em que foram denunciados por fraudes superiores a R$ 1,2 bilhão no banco.

Fora de controle
O vice-presidente Michel Temer deve procurar Lula nos próximos dias para ele interferir e resolver o imbróglio da presidenta Dilma com o PMDB na reforma ministerial. Se nada for feito rapidamente, Temer acredita que nem a aliança com o PT de apoio à reeleição de Dilma venha a ser aprovada na convenção. Hoje, Temer está falando sozinho na defesa da presidenta nas reuniões do Jaburu. E a posição do deputado Eduardo Cunha de rompimento é quase consenso, transformando o ex-vice da Caixa Econômica Geddel Vieira Lima num conciliador, tamanha a fúria que prevalece no partido contra o Planalto.

Empregado e empregador
O ex-deputado e condenado da Ação Penal 470 Pedro Henry ganhou o direito de trabalhar no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá. Para Henry, o emprego do regime semiaberto foi um presente. No hospital, ele está mais do que em casa. Henry é sócio de uma das clínicas do hospital, que oferece serviços particulares e atende pelo SUS. Quando era secretário de Saúde do Estado, a prefeitura da capital contratou a clínica e Henry por quase R$ 1 milhão.

Toma lá dá cá

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Deputado Lira Maia (DEM-PA), parlamentar com base eleitoral em Pacajá (PA), município em que trabalhava a médica cubana Ramona Rodriguez.

ISTOÉ – O sr. sabia da reclamação da médica cubana em Pacajá?
Lira Maira –
Soube pela imprensa, após a denúncia. A região é isolada, fica entre Marabá e Altamira, é vizinha de Anapu, onde mataram a irmã Dorothy Stang.

ISTOÉ – O episódio da médica cubana ilustra um problema regional ou do Mais Médicos?
Lira Maira –
A Amazônia é laboratório, cada lugar é um lugar, uma história diferente. Só para você ter uma ideia, o nome do prefeito de Pacajá é Tonico Doido. O maior sonho de qualquer médico é sair de lá. No Mais Médicos, tem profissionais recebendo R$ 10 mil e os de Cuba recebendo menos. Isso nem é preconceito, é sacanagem mesmo.

ISTOÉ – Os médicos no Norte têm remuneração baixa?
Lira Maira –
Muito pelo contrário. Para ter um médico no interior, os prefeitos têm que pagar pelo menos R$ 30 mil. Pagar R$ 30 mil para um médico, no Pará, é normal.

 

Rápidas
* Notável por críticas duras às togas mais conhecidas da Ação Penal 470, o jurista Celso Bandeira de Mello será um dos signatários do recurso contra o julgamento a ser apresentado à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

* Líder nas pesquisas para o governo do Amazonas, Eduardo Braga enfrentará uma campanha inédita na história do Estado. Será adversário do prefeito de Manaus e do governo estadual ao mesmo tempo. Em qualquer resultado, a campanha será um caso de estudo.

Retrato falado

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“O Brasil tornou-se hoje a ‘universidade’ na redução da pobreza. Esperamos que continue assim”

Sri Mulyani, economista que é numero 2 no Banco Mundial, em Washington, aproveitou os dez anos do aniversário do Bolsa Família para elogiar o desempenho do Brasil no combate à pobreza. Num encontro com Tereza Campelo, ministra do Desenvolvimento Social, Sri lembrou que já se foi o tempo em que o Brasil era chamado de “laboratório” no combate à pobreza.

Golpe no forró

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Um dos mais famosos cantores de forró do momento no Brasil, Wesley Safadão queria ser candidato a deputado federal este ano. Procurou vários partidos e todos cobraram uma fortuna para aceitar sua filiação. Como achava que não precisava pagar para ser político, Wesley desistiu da candidatura até ser convidado a ingressar sem pagar o pedágio no Solidariedade pelas mãos do presidente nacional Paulinho da Força Sindical

Ciência sem fronteiras, o genérico
O PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, levanta o tom contra a presidenta Dilma Rousseff, mas dá roupagem nova a projetos populares do governo federal. Vários governadores do PSB desenvolvem propostas semelhantes ao Ciência sem Fronteiras, que paga bolsas para jovens estudarem no exterior. No Piauí, por exemplo, existe o Aprender é uma Viagem. Em ano eleitoral, o governador, Wilson Martins, vai pessoalmente ao aeroporto embarcar os estudantes.