Uma questão de saúde pública nos EUA voltou à tona na semana passada com a morte do ator americano Philip Seymour Hoffman. Ele foi encontrado na banheira de seu apartamento com uma seringa injetada no braço, vítima de overdose de heroína. O seu consumo cresceu no país 79% nos últimos cinco anos e hoje estima-se em 670 mil o número de usuários. A heroína se fez alternativa barata em relação aos analgésicos controlados: medicamentos chegam a custar US$ 140, enquanto nas ruas de Nova York injeta-se uma dose de heroína em troca de US$ 6. E o uso é incentivado pelo narcotráfico mexicano. “O México é o terceiro maior produtor mundial de ópio”, disse à ISTOÉ, de Viena, Angela Me, chefe na ONU de Pesquisa e Análise de Tendências sobre Drogas e Crime. O potencial de dependência da heroína é similar ao do crack. “Ao ser injetada, ela diminui a ansiedade e dá a sensação de bem-estar e euforia”, diz Arthur Guerra de Andrade, especialista em dependência química da USP.