Enquanto a Copa do Mundo de futebol não chega, o brasileiro se dedica a uma nova paixão: o tênis. E fevereiro se tornou o mês desse esporte. Quatro grandes competições mundiais serão realizadas aqui – duas da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e duas da Associação Feminina de Tênis (WTA, na sigla em inglês) – a partir do sábado 15, quando começa a 1ª edição do Rio Open, no Rio de Janeiro, com torneios masculino e feminino. O tenista que foi o número 1 do mundo em 2000, Gustavo Kuerten, explica: “A estrutura do tênis brasileiro mudou muito. O que era considerado um hobby, quando comecei, hoje é profissional. As crianças podem jogar e ver seus ídolos de perto.” Os atletas mais esperados são as estrelas espanholas Rafael Nadal e David Ferrer. A partir do sábado 22, os atletas do masculino seguem para São Paulo para a 14ª edição do Brasil Open, enquanto as mulheres competem pela 2ª edição do Brasil Tennis Cup, em Florianópolis.

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COMPETIÇÃO
O Brasil Open do ano passado: interesse dos atletas de alto nível

O surgimento de ídolos, tão natural no futebol, é o empurrão que falta para que o tênis seja outra preferência nacional. “Tudo o que precisamos são jogadores de alto nível para começarmos a ver torcidas organizadas nos estádios”, diz Paulo Pereira, diretor-executivo do Brasil Open. Entrar no mercado de torneios internacionais não foi tarefa fácil. “É preciso buscar datas em uma agenda em que ninguém quer vender e conciliar seu evento com outros em locais próximos, para despertar o interesse dos atletas de alto nível”, explica Jorge Lacerda, da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). O Brasil Tennis Cup, da entidade, foi comprado em meio à crise espanhola em 2012. Já o Rio Open, o único torneio da América do Sul a reunir uma etapa do ATP 500 e do WTA Internacional, é fruto de uma negociação com um campeonato de Memphis, nos EUA, que foi transferido para a cidade brasileira.

Agora, a bola está com o Brasil. A esperança é que os torneios projetem novos talentos e criem referências para os jovens atletas, especialmente no tênis feminino. “As meninas não têm ídolos recentes para se espelhar e acabam desistindo do sonho”, lamenta Teliana Pereira, primeira brasileira em 20 anos a entrar no top 100 da WTA, que participará das competições. Além dela, os brasileiros Thomaz Bellucci, no simples, e Bruno Soares e Marcelo Melo, nas duplas, estão confirmados nos eventos.

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Foto: Celso Bayo/Fotoarena