Dedicada, ciumenta, impositiva, vaidosa na medida certa e muito, muito discreta. É dessa forma que boa parte dos amigos do ex-presidente costuma se referir a Patrícia Kundrát, a nova mulher de Fernando Henrique Cardoso. Ex-secretária-executiva do Instituto FHC, Patrícia tem 36 anos, dedica-se a temas sociais como o problema das drogas, mas faz questão de não emitir publicamente suas posições políticas. Essa postura, somada à forma como conduziu o namoro, que teve início em 2011, e oficializou sua união com o ex-presidente de 82 anos na quarta-feira 29, explica por que os amigos insistem em defini-la como discreta. Apenas dois advogados e um escrivão compareceram ao apartamento de FHC para que fosse assinado o registro da união estável. Os três filhos de Fernando Henrique foram consultados antes e aprovaram o novo casamento do pai. Os amigos do casal, mesmo os mais íntimos, só souberam que o namoro se transformara em união estável depois que o documento já estava assinado. Mas não se surpreenderam. “Foi assim quando começaram a namorar. Eles não costumam dar sinais”, disse à ISTOÉ, na quinta-feira 6, um ex-ministro e frequentador do apartamento de FHC em São Paulo. Os que visitam a casa de campo de Fernando Henrique em Ibiúna (SP) também não se mostraram surpresos com a união. “Acho ótimo que eles tenham oficializado o relacionamento. Foi muito bom para ele, que estava precisando de uma companhia”, disse Maria Helena Gregori.

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O “CARA” E A “AMORE”
É assim que FHC e Patrícia se tratam quando estão com os amigos mais íntimos

O contrato assinado diante do escrivão não mudou em nada o cotidiano de um casal que nem de longe lembra as relações mais convencionais. E a diferença de idade é apenas um detalhe dessa relação que os amigos definem como “absolutamente moderna”. Fernando e Patrícia nem sequer dividem o mesmo apartamento. É verdade que ambos residem no mesmo bairro de Higienópolis, se veem diariamente, jantam fora pelo menos uma vez por semana e sempre que possível viajam juntos, seja para o Rio de Janeiro, onde o ex-presidente adquiriu um apartamento recentemente, seja para a Europa. É a gestão dessa vida comum em apartamentos separados que os amigos mais próximos do casal usam para atribuir a Patrícia predicados de dedicada, mas também de impositiva. “Ela sempre foi muito dedicada a ele.

No começo, no Instituto, a dedicação era profissional. Com o namoro, passou a ser mais pessoal. É ela quem agenda os médicos, marca os exames, controla de perto a alimentação de FHC e exige que ele faça musculação três vezes por semana”, conta uma ex-deputada tucana muito próxima do ex-presidente. A Patrícia impositiva surge na hora das compras. Desde que o namoro dos dois se tornou público depois que foram vistos passeando de mãos dadas em um shopping de Miami, nos EUA, é Patrícia quem faz todas as compras para o apartamento de FHC. “Ela faz o supermercado, a feira e a lista das compras. Controla tudo com muito rigor e tem o costume de repreendê-lo, mesmo diante dos amigos, quando considera que ele esteja abusando de alguma alimentação ou bebida”, disse um ex-parlamentar que, quando está em São Paulo, costuma jogar pôquer com o ex-presidente.

Patrícia é quem agenda os médicos, marca os exames e exige que
Fernando Henrique faça musculação pelo menos três vezes por semana

Como diz o governador paulista, Geraldo Alckmin, apesar dos 82 anos, FHC é de longe o tucano mais moderno do País. E, exatamente por isso, os velhos companheiros dizem não estranhar quando o encontram ao lado de uma mulher que por vez tinge mechas coloridas nos cabelos, carrega uma tatuagem na nuca e não faz cerimônia se precisar se sentar no chão durante uma conversa. O jeitão despojado, no entanto, não esconde o que uma antiga funcionária do Instituto FHC chama de “vaidade na medida certa”. Essa amiga, que tem muito mais intimidade com Patrícia do que com Fernando, lembra que, um mês antes de o ex-presidente tomar posse na Academia Brasileira de Letras, ela passou dez dias em um spa no interior de São Paulo. “Queria perder uns quilinhos antes da cerimônia”, recorda-se a amiga, que também diz já ter ouvido várias vezes reclamações sobre o assédio em torno do ex-presidente.

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Diante dos mais íntimos, ela o chama de “o cara”. E ele a chama de “amore”. Divergência que os amigos observaram entre o casal, segundo um frequentador da casa de campo, está apenas no fato de Patrícia não ter conseguido se livrar do vício do cigarro.  


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