As chuvas resolveram atipicamente dar trégua neste começo de ano – e as águas de março que fecham o verão começaram a minguar já em janeiro. Ao mesmo tempo, o calor fez-se em níveis muito acima do normal em diversas cidades do País, e foi assim, por exemplo, nas quatro capitais do Sudeste – só para se ter uma ideia, os termômetros de São Paulo registraram o janeiro mais quente dos últimos 71 anos com média de 31,7°C. Na região Sul, a tradicionalmente ventilada Porto Alegre sofreu as noites mais abafadas de toda a sua história: a média das mínimas foi de 28,2°C. O mesmo fenômeno se deu no Rio de Janeiro, com sensação térmica que bateu 52°C. Em quase todo o Brasil o uso diuturno de ar-condicionado e ventiladores mudou o horário de pico do consumo de energia das 18h às 20h para o meio da tarde, entre 14h30 e 15h30. A explicação dos especialistas coincide: há uma perturbação climática global que provoca a ausência de chuva. Sem ela os termômetros disparam.