No momento em que o País toma conhecimento de uma série de denúncias sobre desmandos de toda ordem, um antigo personagem está presente em várias histórias. Trata-se de Paulo Maluf, o ex-prefeito de São Paulo, que já sonhou ser presidente do País e agora amarga baixos índices de popularidade. Na reportagem da pág. 26, Andrei Meireles, Isabela Abdala e Leonel Rocha mostram que a família de Tancredo Neves não aceita passivamente a versão oficial dada à morte do ex-presidente. Um dos argumentos para tal desconfiança está na revelação feita pelo general Newton Cruz de que Maluf teria procurado o apoio dos militares para assumir o poder em 1985, quando a democracia voltava efetivamente a fazer parte do cenário político brasileiro. O ex-prefeito paulistano também é o personagem principal na história da pág. 38. A reportagem do editor especial Mário Simas Filho indica que o Ministério Público poderá, finalmente, agir com mais rigor e investigar as milionárias propinas movimentadas durante a construção das obras viárias de Maluf em São Paulo, uma denúncia que ISTOÉ insiste em ver apurada desde 1996. Na pág. 40, a repórter Gabriela Carelli mostra por que políticos como Maluf e seus amigos vereadores conseguem manter-se no poder, adotando o tradicional coronelismo na periferia da cidade mais desenvolvida do Brasil.

No Rio de Janeiro, o governador Anthony Garotinho (PDT), que começou o ano como uma das esperanças para dias melhores, vem demonstrando interessante metamorfose. Embaralhado com a banda podre da polícia carioca e obrigado a demitir importantes auxiliares, o jovem governador aos poucos vai se enquadrando no perfil do político tradicional. Na reportagem da pág. 34, Aziz Filho e Francisco Alves Filho contam como o inferno astral de Garotinho pode trazer novamente para o cenário outro velho conhecido: Leonel Brizola, que planeja virar prefeito da antiga Cidade Maravilhosa.