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Idealizado pelo ex-presidente Lula, o Memorial da Democracia pode não sair do papel. O Ministério Público de São Paulo irá ingressar com uma ação civil pública para invalidar a decisão da prefeitura da capital paulista de ceder gratuitamente uma área de aproximadamente 4.400 m2 no centro da cidade para a construção do museu. De acordo com os promotores Nelson Luís Sampaio de Andrade e Valter Santin, a prefeitura fere os princípios da “igualdade, moralidade e impessoalidade” ao conceder por um prazo de 99 anos o terreno ao Instituto Lula.

A área avaliada em R$ 20 milhões foi cedida, em 2012, ao Instituto Lula pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) com aprovação da Câmara dos Vereadores. No espaço, está prevista a construção de um museu interativo com fatos que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte, além do acervo documental dos oito anos do ex-presidente à frente do País. Para os promotores, ao conceder o terreno, a prefeitura está beneficiando apenas um ex-presidente entre mais de uma dezena deles, o que seria um privilégio. O fato de Lula estar vivo, segundo as autoridades, também pode fazer com que o memorial erguido em espaço público acabe por lhe beneficiar politicamente.