Antes da economia, futebol

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 No caminho de Davos, Dilma fará uma pausa em Zurique, na quinta-feira 23, para uma conversa com Joseph Blatter, o presidente da Fifa, para tratar do que interessa – a Copa. De volta do descanso de fim de ano, a presidenta reuniu dez ministros para fazer um balanço dos trabalhos e recebeu a boa notícia de que dois estádios ficaram prontos e só aguardam  agenda para inauguração: o de Natal e o de Porto Alegre. Numa segunda reunião, menor, os presentes repassaram medidas de segurança para a Copa. O Planalto não quer ouvir nem boato de que algum país pode se ausentar da competição, como os italianos deram a entender nos protestos de junho de 2013.

R$ 330 para Genoíno
Brigando na Justiça para conseguir uma redução de quase 50% na multa de R$ 667 mil, que José Genoíno terá de pagar pela Ação Penal 470, seus advogados lembram que as chances de vitória são minúsculas. O receio é desmobilizar doações que andam em boa velocidade, com contribuições de R$ 330 em média.

Com a lupa no BNB
O Ministério Público Federal abriu investigações contra mais de 150 servidores do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Vários envolvidos já responderam a processos administrativos internos e até ex-diretores foram demitidos da instituição, acusados de participar de fraudes. O BNB passa por um processo de resgate de sua imagem por ordem da presidenta Dilma, que chegou a cogitar fundi-lo com o BNDES, mas recuou.

Retaliação curricular
A resistência do governo em ceder cargos de comando das agências reguladoras para partidos aliados vai custar caro. Na volta do recesso, o Senado vai discutir como endurecer as exigências de pré-requisitos para os indicados. A ideia é incluir tempo de experiência de trabalho no setor e formação superior na área específica. As opções da presidenta da República ficariam mais restritas.

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Charge

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Cunha de olho na agricultura
Líder do PMDB e adversário do governo, o deputado Eduardo Cunha é o nome por trás das dificuldades do ministro da Agricultura, Antonio Andrade, para firmar-se no cargo. Cunha quer aproveitar a reforma ministerial para colocar Eduardo Quintão em seu lugar.

Planalto estuda rolezinho
Nem apoiar nem perseguir. A primeira decisão de uma reunião de quatro ministros para debater o “rolezinho” dos shopping centers de São Paulo é tentar entender o que eles querem. O governo quer ouvir muito
e falar pouco.    

Marcado para morrer
O governador Cid Gomes estava pronto  para dez dias de férias  em Orlando com a família quando estourou um escândalo com o seu secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho, que foi tesoureiro de suas campanhas e participa de vários negócios da família do governador. Pinho se recusa a sair do cargo.

Anões do orçamento voltaram?
Quem não perdeu a memória de um dos maiores escândalos da história do Congresso teme que as verbas carimbadas do pré-sal possam reproduzir o velho balcão de favores dos anões do orçamento. O dinheiro garantido para investimentos em saúde tem estimulado projetos de alto conteúdo financeiro e nenhuma consistência médica, gerando um ambiente carregado, em que senadores e deputados
de um mesmo partido já não falam entre si.

Dom Odilo tem força no MP
Afastado do banco do Vaticano pelo Papa Francisco, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer,  está a caminho de uma vitória diante dos alunos da PUC. Estudantes do curso de direito questionam a legalidade da indicação de um membro do Ministério Público para cargo de diretor-adjunto da faculdade. O caso foi parar no Conselho Nacional do Ministério Público, onde a votação está 3 a 0 a favor de dom Odilo. Basta um voto para a maioria. Em 2013, o arcebispo lutou em várias instâncias da Justiça pela nomeação da reitora da universidade, 3ª colocada na votação interna da universidade.

Toma lá dá cá

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 Netinho de Paula, secretário municipal de Igualdade Racial de São Paulo

ISTOÉ – A reação dos lojistas contra os rolezinhos tem conotação racista?
Netinho –
Houve uma reação ao tumulto, que é legítima. Ninguém disse que não queria preto nos shoppings. Os jovens se sentiam confortáveis. O racismo começou com a ação da polícia.


ISTOÉ – A PM errou na abordagem dos jovens?
Netinho –
A polícia trata a população de forma diferenciada e abusou. Conseguimos conversar com os jovens, que disseram só querer ir ao shopping para dançar. Identificamos um menino de 10 anos mobilizando sua galera pelas redes sociais.

ISTOÉ – Os rolezinhos são eventos sociais ou culturais?
Netinho –
A maioria das análises a respeito é muito leviana. Os rolezinhos são um fato social complexo, mas temo que sejam capturados por movimentos políticos. Precisamos de medidas para unir a cidade, não queremos dois tipos de povo.

Rápidas
* Bancadas religiosas querem mudar a lei do divórcio. O texto prevê que se um dos cônjuges for julgado culpado pelo divórcio – em casos de violência ou adultério – perderá direito a metade dos bens adquiridos pelo casal nos regimes de comunhão parcial e total.

* O PT procura um marqueteiro para a campanha de Alexandre Padilha em São Paulo. Precisa entender-se com João Santana, o homem do marketing de Dilma, mas deve ter ideias próprias.

* O Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de reforçar a frota de carros blindados. Se há anos mantém um contrato alto de aluguel em São Paulo, com Joaquim Barbosa a Casa firmou novo contrato, no Rio de Janeiro. O custo é de R$ 58,8 mil em cinco meses. 

*Lotados na Casa Civil, dois funcionários completaram 20 anos de residência gratuita em apartamentos funcionais, onde se instalaram durante a Presidência de Fernando Collor de Mello. 

Retrato falado

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 “Acho que as declarações do governador [Geraldo Alckmin] deveriam se traduzir em ações. Quanto mais rápido for esclarecido, melhor ao governo do Estado”, disse Paulo Itacarambi

O Instituto Ethos, que tem como um dos dirigentes Paulo Itacarambi (na foto), deixou na última semana o grupo de entidades da sociedade civil que acompanha as investigações da Corregedoria-Geral da Administração sobre o cartel dos trens de São Paulo. A entidade reclama de falta de colaboração do governo do Estado de São Paulo.

O troco do recesso
Sem cerimônia, quatro suplentes aproveitaram o recesso parlamentar para assumir o cargo de deputado com o Congresso vazio. Thiago Peixoto (PSD-GO), Eros Biondini (PTB-MG), Vilmar Machado (PSD-GO) e Renato Andrade (PP-MG) são os novos parlamentares do recesso. Apesar de a Câmara não ter nenhuma atividade legislativa neste mês, o tempo de mandato será contabilizado para a aposentadoria parlamentar e pagamento de benefícios após o mês corrido de “trabalho”.

Escondendo os diplomas
Deputados federais e estaduais do Rio de Janeiro foram orientados por assessores a evitar mencionar a Universidade Gama Filho em suas referências acadêmicas depois que a instituição foi descredenciada pelo Ministério da Educação por “baixa qualidade acadêmica”. Há ex-alunos da Gama Filho na bancada de pelo menos outro Estado: Mato Grosso do Sul.


Garfada na aposentadoria
Servidores aposentados que moram no Exterior se uniram para mobilizar parlamentares a aprovarem lei acabando com a tributação de 25% de seus benefícios. Na prática, só pelo fato de morarem fora do País os inativos têm um quarto de suas pensões garfadas pelo Fisco.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
fotos: ED FERREIRA/ESTADãO CONTEúDO; Carlos Moura/CB/D.A Press

 


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