Tanto é que as maiores vitórias no seu tratamento ocorreram apenas a partir do século XX.
1938 – O americano Robert Gross faz a cirurgia cardíaca de ligadura do canal arterial, uma ponte existente entre a aorta e o início do ramo esquerdo da artéria pulmonar, que deve ficar fechado. Só que algumas crianças nascem com ele aberto e isso compromete o desenvolvimento delas.

1944
– Gross e o sueco Clarence Craaford corrigem um defeito congênito da aorta (coarctação).

1945
– A descoberta do antibiótico penicilina diminui o número de doenças cardíacas reumáticas causadas pela bactéria estreptococo.

1953
– Criado um aparelho por John Gibbon, que foi chamado de coração-pulmão artificial. A invenção tornou possível abrir o órgão para operá-lo.

1954
– C.W.Lillehei experimenta a circulação cruzada. Na cirurgia, o sangue do paciente era desviado e passava a ser bombeado pelo coração do pai ou da mãe. Depois, voltava para o doente cardíaco.

1955
– Com o desenvolvimento do coração-pulmão artificial foi possível operar com o coração parado e aberto um grande número de doenças.

1956
– João Hugo Felipozi executa a primeira cirurgia com coração-pulmão artificial no Brasil.

1958
– O cirurgião cardíaco Euryclides de Jesus Zerbini começa a utilizar o coração-pulmão artificial no Hospital das Clínicas de São Paulo.

1959
– Mason Sones desenvolve a cinecoronariografia seletiva, que consiste em colocar um cateter dentro do coração. Depois, as imagens do órgão passam numa tela.

1960
– Fabricam-se as válvulas cardíacas artificiais de cadáver, de animais como o porco, e de metal. Elas substituem as que estão danificadas no homem. Nessa mesma época é criado o marcapasso – aparelho que estimula os batimentos cardíacos. Em seguida, esses materiais aportaram no Brasil.

1967
– Christian Barnard faz, na África do Sul, o primeiro transplante de coração no mundo. Enquanto isso, o argentino Rene Favaloro moderniza as cirurgias de ponte de safena e de mamária.

1968
– Em 1968, Zerbini dá início à técnica de transplante no Brasil.
Final dos anos 70 – Surge a angioplastia. Essa cirurgia introduz um balão minúsculo dentro da artéria obstruída por placas de gordura. Daí, o vaso estreito é dilatado, facilitando o fluxo de sangue.

1980-90
– Em 81, o brasileiro Enio Buffolo e o argentino Frederico Benetti operam sem circulação extracorpórea. Ou seja, nesse caso o órgão continua batendo normalmente e os aparelhos que cumprem o papel do coração são colocados de lado. Também é criado o stent – uma mola que mantém aberta a artéria entupida – para melhorar a angioplastia. Nessa década aprimoram-se os equipamentos das cirurgias e os exames de diagnóstico.

1990
– Grande desenvolvimento dos corações artificiais com o advento dos ventrículos artificiais.

1995
– Buffolo e Benetti fazem operações cardíacas menos invasivas.

Batidas Alternativas

A falta de doadores de coração levou a medicina a preparar alternativas para o transplante. Uma delas é o uso de órgãos de animais transgênicos (modificados), projeto em andamento na Europa e nos Estados Unidos. Modelos artificiais também estão em estudo, inclusive no Brasil. O cirurgião Fernando Lucchese, da Santa Casa de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, conta que a entidade planeja oferecer um coração de titânio e silicone. Mas esse procedimento só será liberado depois que o artefato for testado no Canadá, o que pode acontecer no final deste ano. O cirurgião Noedir Stolf, do Instituto do Coração, em São Paulo, destaca o transplante de células imaturas retiradas de fibras cardíacas de fetos. Injetadas no coração, elas podem se proliferar e recuperar o músculo doente.