A figura do prefeito Celso Pitta, autor da instigante frase estampada na capa desta edição de ISTOÉ, não combina com os acontecimentos por ele protagonizados e que garantirão à sua gestão um nicho histórico como paradigma de escândalos, trapalhadas e infortúnios. O prefeito, por exemplo, não demonstra a prepotência comum a boa parte de seus pares. Ele recebeu em seu gabinete os jornalistas Florência Costa e Mário Simas Filho quando se apresentou, como de hábito, elegantemente trajado e se mostrou polido e educado. Para a entrevista, Pitta estava acompanhado de seu secretário de Comunicação, Antenor Braido, que por sua vez se fez acompanhar por seu nervoso aparelho de telefone celular. O gravador dos repórteres de ISTOÉ registra, além das interessantes declarações do prefeito, publicadas na pág. 6 desta edição, também duas enérgicas intervenções do incontrolável celular de Braido. Ao segundo veemente aparte do mal-educado aparelho, o paciente prefeito virou-se para seu secretário e, sem alterar o tom sereno de voz, disparou: “Desligue o celular ou simplesmente não participe da conversa.”
E foi com serenidade que o prefeito respondeu às acusações de sua ex-mulher Nicéa Pitta, agora Camargo, a quem, durante toda a entrevista, fez questão de tratar de dona Nicéa. Mas respeito não era a tônica do relacionamento dos dois, conforme apurou a jornalista Gabriela Carelli junto aos empregados do ex-casal, como se pode aferir a partir da pág. 24. Lá também estão as confirmações de denúncias de corrupção na área da Saúde do município feitas pela ex-primeira-dama de São Paulo e os efeitos de suas acusações na sucessão municipal.
Outro longo e estável casamento em fase de dissolução é o do senador Antônio Carlos Magalhães com a Rede Globo, onde Nicéa Pitta montou sua metralhadora giratória. Os jornalistas Andrei Meireles, Isabela Abdala e Sônia Filgueiras, da sucursal de Brasília, reconstituíram o fax ressentido que o presidente do Congresso enviou aos filhos de Roberto Marinho, queixando-se do inédito tratamento recebido. Leia na pág. 30.