Problemas no joelho, dor nas costas, torções e tendinite. Quem já sofreu de alguns desses males sabe o que são as sessões de fisioterapia, as idas frequentes ao ortopedista e a vida conjugada com as talas. Mas uma nova técnica, desenvolvida no Japão, promete mudar o transtorno de banhos sentado no banquinho, ginástica para descer escadas, coceiras enlouquecedoras e frio nos dedos, decorrentes da imobilização com gesso. O Spiral Tapping trata lesões nas articulações usando apenas esparadrapos, que imobilizam somente a área lesada. “Quem tem uma lesão no joelho, por exemplo, não tem a perna toda comprometida e pode levar a vida normalmente”, afirma a terapeuta paulista Roseli Zacarias Santos, 40 anos.
A profissional trabalha com a técnica há um ano. Ela garante que sua maior vantagem é não prejudicar a vida do paciente, que pode inclusive tomar banho e entrar na piscina normalmente. Os esparadrapos – desses comuns mesmo – são colocados na região a ser tratada e formam uma espécie de teia. Dessa maneira, segundo a terapeuta, eles imobilizam a área, tornando mais fácil sua recuperação. Em geral, fica-se de cinco a sete dias com as ataduras.
Para a dona de casa Jane de Godói Alves, 49 anos, o esparadrapo foi a solução para uma dor no braço que resistiu até mesmo à fisioterapia com eletrodos. “No começo achei o tratamento estranho, mas resolvi tentar. Queria acabar com a dor de qualquer jeito. Logo no começo do tratamento melhorei muito. Foi surpreendente”, conta. O técnico em eletrônica Anderson de Lima, 21 anos, teve estiramento no ligamento do joelho depois de exagerar nos jogos de handebol. Não resolveu sua dor com a tala colocada pelo ortopedista e, com sede de voltar para as quadras, optou pelo Spiral Tapping. Em duas semanas estava de volta.
A nova técnica é muito procurada por esportistas, aterrorizados pela idéia de ficarem imobilizados e ansiosos por um resultado rápido. Na comunidade médica, no entanto, o método é visto com cautela. “A inovação deve ser respeitada, mas ainda não há conhecimento científico suficiente para sustentá-la”, afirma Sheila Yoshitoni, professora de Fisioterapia da Universidade de São Paulo. “Apesar de ter ouvido falar de sua eficiência, a considero uma técnica alternativa.”