15/09/1999 - 10:00
Um ônibus com a placa Circular, pintado de azul e vermelho, pára no ponto lotado e a porta dianteira é aberta. O motorista, de nome Leal, pergunta: "Alguém quer uma carona?" Mesmo atônito, quem aceita é recebido pela jornalista Maria Cristina Poli e, além de viajar de graça, vai batendo papo, revelando histórias reais que se transformam num dos atrativos do programa Circular 21, que vai ao ar de segunda a sexta-feira pelo Canal 21, às 22h30. A bordo do ônibus equipado com ilha de edição, quatro câmeras e um estúdio-sala de visitas, Maria Cristina, uma paulistana de 39 anos, percorre sua cidade que serve de pano de fundo para entrevistas com artistas, personalidades públicas e figuras anônimas.
Astrid é outra que está se esbaldando por São Paulo, à frente de seu Programaço, apresentado aos sábados, às 13h30, pela Rede Bandeirantes. Segundo a carioca de 38 anos radicada em São Paulo, cheia das tatuagens e dos piercings, ela e sua equipe queriam algo que fugisse do óbvio das tardes de sábado. "O público prefere entrevistas externas em vez daquela coisa parada de estúdio." Astrid gosta de deixar seus entrevistados à vontade, seja qual for o lugar. O grupo É o Tchan!, por exemplo, depois de ignorar solenemente o quesito afinação cantando em um videokê instalado numa das suítes do Hotel Maksoud Plaza, invadiu o piano-bar deixando os gomalinados frequentadores que sorviam seu uísque ao som de Cole Porter literalmente de boca aberta diante da coreografia selvagem das duas sheilas.
O Circular 21 surgiu no início do ano trazendo entre as novidades um motorista que participa por meio de uma câmera presa no painel do ônibus. Tanto num quanto no outro programa, os imprevistos fazem parte. No de Astrid, uma vez por mês a apresentadora recebe seus convidados na Ilha do Pico, nas proximidades de Paraty. Entre vários, lá estiveram a esfuziante Tiazinha e o neobrega Paulo Ricardo. Zélia Duncan aportou no local carregando violão, bandolim e uma enorme sacola com CDs, livros e protetores solares. Adorou o programaço de poder ficar – na ilha – vendo São Paulo pela televisão.
