Havia no Botafogo do Rio de Janeiro e na Seleção Brasileira um lateral-esquerdo que defendia, apoiava, servia e atacava como nenhum outro havia feito. Chamava-se Nilton Santos e sua visão de jogo era tão ampla (bola colada aos pés, cabeça de periscópio) que ele ganhou o apelido de “a enciclopédia do futebol”. Na quarta-feira 27, aos 88 anos e portador de Alzheimer, Nilton Santos morreu de insuficiência respiratória. Foi bicampeão mundial pela Seleção (1958 e 1962) e astro do Botafogo, no qual contabilizou 729 partidas. Futebol é feito de jogos e resultados, mas também da personalidade dos jogadores. Elegante no desarme do adversário, Nilton Santos jamais cometeu uma falta desleal e foi eleito pela Fifa o melhor lateral-esquerdo do mundo. Admitia, no entanto, que tinha “problemas com alguns árbitros”.