Confira, em vídeo, como os rochedos artificiais são depositados no fundo do mar:

IstoE_Corais_255.jpg

Uma das principais vítimas do acelerado processo de deterioração causado pela poluição e pela pesca predatória pelo qual passam os oceanos, os recifes, agora, estão encontrando nas modernas impressoras 3D um poderoso aliado para sua recuperação. Por meio da união de ambientalistas australianos, um engenheiro italiano e um grupo de conservação marinha do Golfo Pérsico, cópias quase perfeitas de recifes produzidas em laboratório estão sendo colocadas no fundo dos mares para recompor o que o homem destruiu. O projeto ainda é um piloto, mas os primeiros resultados têm sido para lá de animadores.

SUSTENTA-ABRE-IE-2297.jpg
HABITAT
No mar do Bahrein, o recife já foi tomado por peixes e algas

Erico Dini, engenheiro italiano especialista em impressões em larga escala, está otimista, pelo fato de o material usado na construção dos recifes artificais ser o mesmo das formações rochosas originais. “Usamos como matéria-prima a areia do local onde os recifes serão inseridos e assim criamos uma estrutura bastante semelhante à versão natural”, conta ele, que tem como principal projeto a construção de casas por meio de impressoras 3D gigantescas.

As primeiras unidades desses recifes artificiais de alta tecnologia, que pesam cerca de uma tonelada e custam algo próximo a R$ 3,5 mil a unidade, foram depositados na costa do Bahrein, no Golfo Pérsico, e na Austrália, país que é dono de uma das mais vastas áreas de recifes do mundo. As peças estão submersas há quase um ano e já foram povoadas por peixes, algas e milhares de outras espécies marinhas que dependem dos recifes para se alimentar e procriar.

SUSTENTA-01-IE-2297.jpg
RÉPLICA
Além das formas idênticas, os recifes também
são feitos com sedimentos marinhos

Considerados como as florestas dos mares, os recifes ocupam apenas 1% da área total dos oceanos, algo como 280 mil quilômetros quadrados. Apesar disso, cerca de 50% de todas as 40 mil espécies de peixes que habitam o planeta vivem quase exclusivamente em torno dos recifes, que vêm sendo destruídos de forma sistemática ao longo das últimas décadas. Na costa do Bahrein, por exemplo, eles praticamente desapareceram. Na Grande Barreira de Corais, o conjunto de recifes mais famoso do mundo, um processo de despigmentação das rochas está colocando em risco milhares de espécies marinhas.

Ainda é cedo para dizer se o projeto terá o sucesso esperado por seus idealizadores – há quem diga que esse é apenas um paliativo e que apenas a redução da destruição das formações originais pode, de fato, salvar os grandes recifes. Mas, de qualquer forma, a experiência apenas reforça as imensas capacidades das impressoras 3D, que rapidamente vêm se popularizando no mercado. Apesar das ameaças que a tecnologia pode oferecer – como a facilidade em imprimir uma arma de fogo funcional em casa – é difícil discordar das possibilidades para o desenvolvimento abertas por essas máquinas.

01.jpg

02.jpg