Entre a ilustração e a pintura, entre a publicidade e as artes plásticas – assim o paulistano Gustavo Rosa construiu a sua carreira marcada não apenas pelo talento, mas também pela perseverança em acreditar que a “geometricidade das formas” em seu trabalho, criticada por muitos como “recurso fácil e simplista”, era na verdade a “expressão estética mais popular”. Sobre a produção de Rosa, disse certa vez o psicanalista e crítico Theon Spanudis que ela transformava “naturalmente” as imagens em caricaturas – e mais uma vez tem-se aí o olhar extremamente popular que ele sempre quis dar à sua produção. “Foi um filho direto do traço de Emiliano Di Cavalcanti”, disse o crítico Jacob Klintowitz. E essa é a sua principal contribuição à cultura nacional: ter aproximado as artes visuais do povo, o que dá no mesmo se falarmos que ele colocou o povo nas telas. Morreu de câncer no pâncreas, aos 66 anos, na semana passada, em São Paulo.