Quando a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu a informação de que a inteligência americana teria grampeado seu celular pessoal, ela telefonou imediatamente ao presidente dos EUA, Barack Obama. “Entre amigos próximos, não deveria haver vigilância”, disse o governo de Berlim. “Os EUA não estão monitorando o telefone de Merkel”, assegurou a Casa Branca. No início da semana passada, o presidente da França, François Hollande, também se irritou com os EUA depois de descobrir que a Agência de Segurança Nacional fez mais de 70 milhões de gravações no país entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013. As suspeitas de que o México era, ao lado do Brasil, o país mais espionado pelos americanos, também vieram à tona no pacote de dados divulgados pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden. Na tentativa de conter a corrida ilícita dos EUA pela obtenção de informações secretas, o Brasil propôs na ONU a criação de um marco regulatório internacional para a internet, porque já sabe como é ser.