Só faltava uma guerra
Encrenca mesmo ainda está por vir. Dezesseis homens da área de inteligência do Palácio do Planalto prepararam um relatório sigiloso sobre a situação na Colômbia. O texto está sendo usado pelo presidente Fernando Henrique para alimentar sua decisão sobre o comportamento do Brasil no conflito entre o governo daquele país, os guerrilheiros da Farc e os EUA. O grupo antiterrorismo da Presidência simplesmente concluiu que não há solução para o caso. A Colômbia está sitiada. O problema é que a falta de solução só pode resultar numa intervenção armada e explícita dos EUA, que é o que FHC menos queria. Para barrar a ação americana, só se o Brasil juntar-se à Argentina e aos demais países da América Latina e chegarem antes com seus soldados. Uma hipótese assustadora para o Planalto.

 

O Brasil quer ACM
Não é à toa que o presidente Fernando Henrique afirma que "presta um desserviço ao Brasil" quem antecipa a corrida presidencial de 2002. Antônio Carlos Magalhães está com a campanha na rua. Um adesivo com o mote "O Brasil quer ACM" estava sendo distribuído, na quarta-feira 11, pelos corredores do anexo 4 da Câmara.

 

Batata quente
A cúpula do PFL morre de medo do deputado Hidelbrando Pascoal, acusado de assassinatos no Acre. O senador Romeu Tuma só foi designado pelo partido para relatar o processo de expulsão do deputado depois que vários outros parlamentares rechaçaram o convite. O último deles foi o senador Bernardo Cabral, que chegou a ser procurado pessoalmente por Bornhausen.

 

História do jornalismo
O fotógrafo André Dusek, de ISTOÉ, inaugura na segunda-feira 16 uma exposição de fotos batizada Coleguinhas, que estará sendo apresentada até o dia 12 de setembro no Café Daniel Briand de Brasília. "Trata-se de uma forma divertida de mostrar pequenos momentos da história do jornalismo brasiliense", conta humildemente Dusek sobre um trabalho desenvolvido ao longo de 21 anos de carreira.

 

Sem acordo
O grande burburinho em Brasília é a carta que o ex-ministro da Justiça Renan Calheiros mandou ao presidente Fernando Henrique, por ocasião de sua demissão. Nela, Renan teria acusado o governador de São Paulo, Mário Covas, de motivações, digamos, pouco católicas para pedir a sua cabeça. Renan anda tão irritado com Covas que respondeu com um palavrão quando o presidente da Câmara, Michel Temer, disse-lhe que foi procurado pelo jurista Miguel Reali, interessado numa reaproximação entre o ex-ministro e o governador.

  R Á P I D A S

– Em tempo: Cecília, a filha do ministro da Fazenda, Pedro Malan, já está de malas prontas para Washington. Se isso quer dizer que o pai também está indo, fica por conta dos boateiros de plantão.

– A emenda Ford ainda dá o que falar. Relator do projeto, o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) insiste que foi autorizado pelo Planalto a redigi-la. E afirma: "O Eduardo Graeff é um mentiroso."

Por Tales Faria – Colaboraram: Hélio Contreiras e Isabela Abdala