Um de nossos leitores do Estado da Bahia, o senhor Samuel R. de Oliveira, de Salvador, escreveu carta à redação de ISTOÉ reclamando da postura da revista em relação ao senador Antônio Carlos Magalhães. O senhor Oliveira, que muito nos honra seja nosso leitor, critica em sua elegante carta o termo "guloso", usado para definir o apetite pelo poder demonstrado pelo senador e, equivocadamente, entendeu que estivéssemos tratando os baianos como provincianos. ISTOÉ orgulha-se de ser uma revista brasileira. Uma revista para ser lida do Acre ao Rio Grande do Sul. Nos preocupam as diferentes características regionais, especialmente aquelas em que as discrepâncias sociais são mais gritantes. Procuramos sempre apontar soluções para a integração do País. Queremos um País melhor, mais justo, com mais oportunidades para criar nossos filhos e principalmente mais ético. Incontáveis são as páginas que usamos para denunciar aqui, por exemplo, o flagelo da seca que há séculos agride o Nordeste. Técnicos já usaram estas páginas para sugerir a transposição das águas do rio São Francisco como solução para o problema. Como incontáveis são as páginas que aqui usamos para bradar contra a miséria nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Se Antônio Carlos Magalhães fosse, por exemplo, senador pelo Rio Grande do Sul, Pará ou pelo Estado de São Paulo e, se em vez de acarajé, preferisse o mate e o churrasco, o pato no tucupi ou o virado à paulista, mereceria desta revista o mesmo tratamento, tivesse ele a atuação que tem demonstrado nos últimos anos como bem nos mostra a reportagem, que começa à pág. 26 desta edição, dos jornalistas Sônia Filgueiras, Guilherme Evelin e Mino Pedrosa. Viva a Bahia. Viva o Brasil. Mas que sejamos éticos.


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