Confira, em vídeo, trecho de uma entrevista em que ele fala sobre suas crenças:

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DEBAIXO DO DREADLOCK
Marley acreditava na imortalidade e na igualdade racial

É de se esperar que um livro com pensamentos do cantor jamaicano Bob Marley (1945-1981) fale apenas de música e dos poderes libertadores da maconha. Afinal, sua obra sempre esteve associada ao enaltecimento da cannabis sativa. Porém, surpresa: em “O Futuro é o Começo” (BestSeller), ele posa de pregador em salmos para se viver melhor, de acordo com a filosofia rastafári. A coletânea de aforismos do ídolo máximo do reggae foi retirada de entrevistas, com o aval da filha mais velha dele, Cedella. Especialista na obra do reggaeman, Gerald Hausman fez a pesquisa e organizou o pequeno manual. “Bob deu muitas entrevistas entre os anos 1960 e 1970 para revistas obscuras da Jamaica. Cedella sentiu a necessidade de preservar isso”, disse ele à ISTOÉ, acenando para o ineditismo do material.

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Num dos trechos, Marley fala da imortalidade. “A morte não existe. Deus me deu a vida. Por que tomaria de volta?” Mais adiante, aposta na convivência pacífica da espécie humana. “Um rasta pode ser de qualquer nação, até mesmo de qualquer raça. Desde que o seu coração seja puro.” Suas letras ganham, assim, um sentido maior. Para reproduzir os ensinamentos rastafári de Marley, Hausman catalogou durante dois anos todos os escritos colados nas paredes do The Bob Marley Museum, em Kingston, na Jamaica. Há indicações até em relação ao visual: “Se você quiser usar dreadlocks (o cabelo usado pelos cantores de reggae), isso vai lhe causar atribulações. As pessoas não vão querer lhe dar um emprego. Mas você sabe a diferença entre ser livre e estar na prisão”. 

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Com palavras simples, Marley expressava seu modo de vida ligado à natureza. “Meu pai era sábio para além da educação formal, para além da informação”, elogia Cedella no prefácio. O livro conta ainda com confissões do primeiro superstar do Terceiro Mundo, que vendeu 75 milhões de discos em 20 anos de carreira e foi o terceiro artista morto que mais lucrou em 2012, segundo a revista americana “Forbes”. “Meu único vício é mulher demais. Fora isso sou um santo”, revelou ele, que teve 11 filhos e não viveu o suficiente para ver seis dos seus descendentes seguindo seus passos no mundo da música.