Conheça, em vídeo, as produções e as peças desenvolvidas por nomes como Giorgio Armani, Miuccia Prada e Jean Paul Gaultier:

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GRIFE
Karl Lagerfeld cuidou do visual de Cate Blanchet
em “Blue Jasmine”, filme de Woody Allen

Três ternos e dois vestidos de estética futurista e cores metálicas compõem o guarda-roupa da atriz Jodie Foster no recém-lançado filme de ficção científica “Elysium”, que tem Matt Damon, Alice Braga e Wagner Moura no elenco. Mesmo que o filme se passe em 2154, os trajes minimalistas e bem cortados não negam a assinatura do designer italiano Giorgio Armani, que, em parceria com a figurinista April Ferry, é responsável pelo figurino de Foster. “Foi uma honra vestir minha amiga de longa data”, disse Armani. “Acho cativante o jeito com que ela interpreta o mundo de 2154 enquanto, ao mesmo tempo, torna minhas roupas atemporais”, conclui o estilista, que este ano também desenhou os paletós de Jack Goddard, personagem de Harrison Ford no longa “Paranoia”, previsto para estrear em 18 de outubro no Brasil.

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Se o figurino é essencial ao cinema por ser o primeiro elemento de identidade do personagem, capaz de caracterizá-lo no tempo, no espaço ou na condição social, imagine o valor dado ao filme que se associa a um grande nome da moda como Armani – ele fez sua estreia como figurinista em 1980, quando desenhou as roupas usadas pelo ator Richard Gere em “Gigolô Americano”. “A participação de um renomado estilista confere ainda mais glamour ao cinema”, afirma Isabel Paranhos, professora de direção de arte para cinema da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Foi pensando nisso que, para seu mais novo filme, “Blue Jasmine” – previsto para estrear aqui no dia 15 de novembro –, Woody Allen escolheu o maior nome da moda atual: o estilista e diretor criativo da Chanel, Karl Lagerfeld, assina o guarda-roupa de Cate Blanchet. A figurinista do longa, Suzy Benzinger, entrou em contato com o kaiser, que, dois dias depois, enviou dois casacos feitos sob medida para a atriz. Segundo Isabel, a associação a um nome de peso da moda gera um importante elemento de identificação com o espectador.

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 É o caso do vestido preto assinado por Hubert de Givenchy e usado por Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo” (1961). Além de ter um dos figurinos mais marcantes da história do cinema, o filme foi responsável por imortalizar o “pretinho básico” como símbolo atemporal de elegância e sofisticação. A atriz exigia Givenchy como seu figurinista e juntos eles atuaram em grandes sucessos, como “Sabrina” (1954) e “Cinderela em Paris” (1957). “Para o estilista, trabalhar no cinema é interessante porque é a chance de sair do comercial e entrar no campo poético, da liberdade de criação dentro de um enredo”, afirma Cristiane Rose Cândido, professora de figurino do curso de design de moda da Fundação Armando Álvares Penteado. A parceria de estilistas com diretores também costuma render bons frutos. Juntos, o diretor espanhol Pedro Almodóvar e o designer francês Jean Paul Gaultier já trabalharam em “Kika” (1993), “Má Educação” (2004) e “A Pele que Habito” (2011), em que Gaultier assinou o guarda-roupa da personagem interpretada por Elena Anaya, composto basicamente de segundas-peles. Almodóvar também já trabalhou com Lagerfeld nos longas “De Salto Alto” e “Abraços Partidos” (2009).