Há dois anos, os irmãos Nelson e Tsutomo Matsumora enxergaram que a fórmula de uma pequena empresa de planos de saúde, voltada para atender a colônia japonesa, poderia dar certo também fora dos limites da etnia. A proposta? Foco na prevenção e na qualidade de vida dos associados. "Só precisávamos lapidar isso", conta Nelson. Os dois compraram então a Nipomed, saíram do nicho e catapultaram a empresa para o círculo das grandes do setor. Em vez de cobrar mensalidades, muitas vezes onerosas demais no orçamento doméstico, adotaram a anuidade. Também não há carência ou doença preexistente como empecilho. Mulher grávida de oito meses, senhor de 95 anos ou jovem de 20, qualquer um paga hoje R$ 130 por ano pelo plano básico, que dá direito a consultas e exames. Uma família, não importa o número de membros, tem a opção de um pacote que custa R$ 341. A anuidade garante o acesso a uma rede de 15 mil médicos, hospitais e laboratórios credenciados. Os serviços são cobrados a cada vez que se usa o plano, mas sempre com bons descontos, que podem chegar a 80%. Um hemograma, por exemplo, que normalmente custa R$ 50, não sai por mais de R$ 8,90 para os associados. Com o sucesso do projeto no Brasil, a Nipomed parte firme para o crescimento no Exterior.

A expansão começou pelo Japão. Lá, foram abertos 22 escritórios para dar apoio aos dekasseguis e ainda comercializar franquias. Os descendentes de japoneses que tentaram a sorte no Japão, e agora foram pegos pela crise no país, estão sendo preparados para retornar ao Brasil e se transformarem em vendedores autônomos dos planos de saúde da empresa. Cerca de três mil vão estar de volta até o início do ano que vem como parceiros da Nipomed e engrossarão uma equipe de 2,8 mil franqueados. Mas o objetivo é vender franquias pelos quatro cantos do mundo. Para isso, a empresa que vai gerir esta operação está sendo transferida para Portugal. Nos Estados Unidos, também há iniciativas da Nipomed, incluindo um acordo com uma empresa de resseguros. E, a partir de agosto, clientes brasileiros terão direito a atendimento nas terras de Tio Sam. Internacionalização é pulverização de riscos, que têm níveis diferentes nos diversos países do mundo, pensam os executivos.

O Brasil, no entanto, continua como foco principal, até porque as metas da Nipomed para o País não são tímidas. Dos 800 mil usuários atuais, a empresa quer pular para 20 milhões. E não mede investimentos. Recentemente, comprou um clube para treinar franqueados e abriu um centro de excelência em odontologia, que também atende a menores de rua. Criou ainda uma divisão de seguros e benefícios para oferecer produtos que complementem o plano básico. No leque, tem seguro de vida, seguro de carro, seguro para cobrir despesas com internações, plano odontológico, títulos de capitalização e até personal training, e cada associado compõe seu pacote como for mais conveniente.

Benefício extra Se no início captavam-se clientes que não tinham dinheiro para pagar mensalidades, agora a Nipomed começa a atrair cada vez mais o público que pensa em prevenção. E se depara com um atendimento personalizado, do tipo "queremos lembrar que você ainda não fez check-up este ano" – como não é a Nipomed que desembolsa pelos serviços, pode incentivar o maior número possível de exames preventivos. Marketing é um dos pilares da Nipomed. A empresa mantém, por exemplo, parcerias com jornais locais. Em âmbito nacional, a Nipomed acaba de fazer um acordo com ISTOÉ para dar planos de saúde a quem renovar assinaturas da revista.

A promoção já está valendo e durará seis meses. "Queríamos dar ao assinante um benefício além do desconto na hora da renovação", explica o diretor de marketing direto da Editora Três, José Motta Filho. A conta é a seguinte: se fosse pagar por tudo que ISTOÉ oferece – um ano de revista mais o plano Nipomed válido por um ano –, o assinante desembolsaria R$ 431. Com a promoção, tudo sai por R$ 179, à vista ou em até cinco vezes. "Estamos investindo em um marketing de relacionamento com o cliente", completa Motta.