A permissão para que farmacêuticos receitem medicamentos que não exijam prescrição médica, publicada na semana passada no “Diário Oficial da União” e contestada na Justiça pelo Conselho Federal de Medicina, pode ter três consequências: socorrer a carência de médicos no País, funcionar como placebo ou gerar grave efeito colateral. Eles estão autorizados a indicar aquilo que não tenha retenção de receita. Isso é bom porque muitas vezes usam-se profissionais do SUS para atender torcicolo. A nova determinação vai ser paliativa, no entanto, se o Conselho Federal de Farmácia não garantir um farmacêutico em cada ponto como manda a lei – somente em São Paulo, 10% das drogarias não possuem tal profissional. O efeito colateral ocorrerá se tudo continuar como está e qualquer balconista se arvorar a receitar. Os médicos alegam que a medida é péssima porque uma dor de cabeça, por exemplo, pode ser sinal de algo mais sério do que um mal-estar que se cure com analgésico receitado em farmácia.