Plano de Arruda é ser deputado

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 O ex-governador José Roberto Arruda retorna à vida pública em 2014, para disputar uma cadeira na Câmara Distrital, a Assembleia Legislativa do Distrito Federal. As pesquisas lhe permitem aguardar uma montanha de votos, e com eles Arruda espera eleger um bloco de seis deputados. Preso em 2010 durante o escândalo conhecido como “mensalão do DEM”, Arruda renunciou ao posto e hoje responde a processo, num tribunal de primeira instância em Brasília. Ao contrário do que se passou com o mensalão do PT, seu caso foi desmembrado e não tem prazo definido para terminar. Quando isso ocorrer, Arruda poderá recorrer a instância superior.

Devo, não nego
O Estado do Paraná entrou no Cadin, uma espécie de Serasa do setor público, por conta de uma dívida de R$ 50 de um sedex que a Secretaria de Obras esqueceu de pagar em dia. O governo paranaense, aliás, informa que já quitou o débito. Mas com os Correios em greve não há sequer um servidor que possa dar baixa no sistema.

Microcosmo eleitoral
A eleição no Distrito Federal se encaminha para ser uma repetição em escala menor da disputa nacional. PT e PMDB reeditam a chapa vitoriosa em 2010 com Agnelo Queiroz. Na oposição, o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, e Eliana Pedrosa, filiada ao PPS e apoiada pelo PSDB.

Mais um front
Chegou às mãos do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), denúncia de perseguição contra uma brasileira radicada nos EUA. Acusada de usar drogas ilícitas, Graciela Saraiva foi expulsa da US Navy, provou sua inocência, foi
reintegrada ao posto, mas acaba de ter a decisão revista.

Charge

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A reforma que não foi
A campanha popular da OAB, CNBB e outras entidades por uma reforma política profunda ficou para depois. Era preciso coletar dois milhões de assinaturas até 4 de outubro, mas só foi possível chegar a 400 mil. Campanhas bem-sucedidas, como a da Lei da Ficha Limpa e do Saúde + 10 levaram um ano para atingir dois milhões. O prazo da reforma política foi mais curto, menos de cinco meses.

Questão de prioridade
Se a aviação da Polícia Federal está sucateada, sua “esquadra” vai muito bem, obrigada. Este mês, a PF recebe uma nova lancha-patrulha para combater o tráfico e o contrabando no lago de Itaipu. Fabricada no Brasil, a DGS 888 Patrol tem blindagem, propulsão hidrojato e sistema antirradar stealth.

Conexão além-mar
O BC português solicitou ao nosso Banco Central informações sobre dois executivos do Rural Europa, filial do banco brasileiro do mesmo nome. Cláudio Eustáquio da Silva e Francisco de Assis Morais Pinto Coelho são alvo de processo sobre operações realizadas entre 1995 e 2000, quando o banco estava conectado ao mensalão-PSDB-MG.

Celso de Mello inspira debate
Parlamentares da bancada governista debatem em Brasília a oportunidade de punir a “publicidade opressiva,” situação produzida quando um julgamento criminal sofre interferência unilateral dos meios de comunicação. O debate foi inspirado pela declaração do ministro Celso de Mello, do STF, que desempatou os embargos infringentes na Ação Penal 470. O ministro afirmou ter sido alvo de um movimento da mídia “para pressionar e virtualmente subjugar a consciência de um juiz”. Presente no código penal francês, a “publicidade opressiva” começou a ser debatida no Brasil no fim da década passada, em discussões sobre a reforma do Código Penal.

Toma lá dá cá

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 Flávio Caetano, Secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, que finaliza o projeto que regulamenta a mediação judicial.

ISTOÉ – Qual é a vantagem para o cidadão comum?
Flávio Caetano –
A mediação é muito mais rápida. Também permite que as duas partes sejam satisfeitas, pois ambas constroem o acordo. Não há um vencedor e um perdedor, como na Justiça convencional.

ISTOÉ – O que acontece se apenas uma das partes tem razão?
Caetano –
O acordo não sai. Por isso, é bom ter um advogado. Nem todo conflito pode ser mediado, alguns dependem do juiz para decidir.

ISTOÉ
– Quem é contra a mediação?
Caetano –
O apoio tem sido tão grande que parece confirmar a visão de que o brasileiro sempre prefere o diálogo para resolver seus conflitos.

Rápidas
* É possível que Lula e Fernando Henrique se encontrem nesta semana, em Brasília, quando a OAB comemora os 25 anos da Constituição de 1988. Na semana passada, Lula confirmara presença. FHC, ainda não.

* Os irmãos Gomes estão desgostosos com Eduardo Campos, mas ainda não decidiram o rumo a tomar até a campanha de 2014. Caminharão juntos, em qualquer caso. Ciro, o mais velho, tem o compromisso de andar atrás de Cid, atual governador do Ceará.

* Funcionários terceirizados demitidos na gestão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado estão sendo recontratados para ganhar mais. Seis funcionárias saíram com salário de R$ 1.200 para voltar com R$ 2.400.

* Titular de uma diretoria do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho responde a sindicância na Controladoria-Geral da União depois que viajou de 1ª classe para Cingapura para assistir ao GP de Fórmula 1, tudo pago pela Agrícola Famosa, que tem interesses em sua pasta. O passeio custou R$ 20 mil.

Retrato falado

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 “Tenho prestígio em Brasília desde que ajudei a derrubar o Collor”
Longe do cenário político nacional desde 2007, o deputado Amir Lando (PMDB-RO) assumiu cadeira na Câmara como suplente de Natan Donadon, preso por corrupção. Lando é um conhecido desafeto do senador Fernando Collor (PTB-AL), que tem motivos para lá de compreensíveis para evitar qualquer aproximação com o deputado. Em 1992, Amir Lando foi o presidente da CPI de PC Farias, que aprovou o pedido de impeachment do então presidente.

A adaptação de Donadon

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 A religião tem ajudado o deputado Natan Donadon a se enturmar entre agentes penitenciários evangélicos na Penitenciária da Papuda, onde cumpre pena. Eles se confessam encantados com a disposição do deputado para participar de sessões de leitura da “Bíblia”. Procurando preservar a aparência que trouxe do período em que vivia fora das grades, Donadon foi autorizado a manter o mesmo corte de cabelo que exibia como deputado, em vez de raspar a cabeça como a maioria dos presos.

O PDT e o futuro
O Planalto está convencido de que o PDT não vai embora, a menos que, num lance infeliz, o próprio governo abra a porta. Acredita-se que qualquer decisão, quando faltam longos 13 meses para a eleição, seria uma precipitação que não interessa a nenhuma das partes.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jeronimo