Com inspiração nas cores fortes, marca registrada do artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), a vila do Pan vai ganhar um projeto paisagístico digno de cartão-postal. O parque com área de 90 mil metros quadrados será um verdadeiro jardim tropical. Separado em dois terrenos de tamanhos diferentes, abrigará um lago com três mil metros quadrados de espelho d’água ao redor de uma ilha, nove piscinas, chafarizes, pontes, pomares, ciclovia, pista de cooper e – ufa! – parques de meditação. O desenho é assinado pelo paulista Sérgio Santana, 50 anos, que foi estagiário de Burle Marx. “Quero que durante o evento os hóspedes se sintam numa paisagem bem brasileira”, explica Santana, que passou 19 anos trabalhando nos Estados Unidos e hoje tem escritórios no Rio e em São Paulo.

PROJETO Santana plantará sete mil palmeiras, como as
da área de meditação

O paisagista priorizará a vegetação nativa e colorida, como o vermelho-sangue da planta irecine, de encher os olhos de um pintor impressionista. O discípulo de Burle Marx vai compor maciços de ipês roxos e amarelos e fazer combinações de cores com plantas verdes, amarelas, vermelhas e laranja. “Pretendo integrar o ambiente com pedras, que vão muito bem com as bromélias, helicôneas, filodendros e orquídeas”, antecipa. No projeto, Santana incluiu também outras espécies ao redor dos prédios que remetem os atletas a seus países de origem. É o caso da Taxodium distichum, um cipreste com tronco avermelhado muito comum na Louisiana, nos Estados Unidos. Com a beleza do paisagismo mais a qualidade programada para o acabamento, a vila do Pan se assemelha a alguns dos maiores empreendimentos imobiliários do País. São 1.480 apartamentos com capacidade para abrigar oito mil pessoas em 25 prédios.

Além da vila, Santana irá compor o boulevard do Pan, que liga a casa dos atletas ao Autódromo, complexo esportivo de modalidades como basquete, ciclismo e ginástica olímpica. “Vou plantar sete mil palmeiras, a menor delas com sete metros de tronco”, conta. Trabalhos com esse requinte alçaram Santana ao título informal de “escultor de paisagens”. Ele vê sua profissão como uma atividade que reúne arte, técnica e funcionalidade. “Um dos papéis mais importantes do paisagismo é resgatar a relação com a natureza. A qualidade de vida está diretamente relacionada à qualidade do espaço e do ambiente em que vivem as pessoas”, diz. Os atletas poderão comprovar suas palavras.

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