Não existe democracia sem oposição. Quando um partido, seja um grupo político tenta calar a oposição, seja pela coerção ou pelo dinheiro, estamos a um passo da ditadura. O PT exerceu papel de destacado oposicionista durante mais de 20 anos, embora tenha cometido equívocos como, por exemplo, não permitir, em 1988, que sua bancada assinasse a atual Constituição.

O partido que hoje governa o Brasil cresceu e tornou-se alternativa de poder, porque as forças políticas que entre 1985 e 2002 comandaram a Nação praticaram a tolerância e não subtraíram das oposições o direito de fiscalizar o governo. Mas bastou Lula assumir o poder para que esta premissa democrática fosse desprezada. Foram inúmeras as tentativas de amordaçar a oposição, sendo a mais notória o mensalão. O jogo limpo foi trocado pelo jogo sujo quando se usou o poder econômico para engordar os partidos-satélites da base do governo.

Agora, além de continuar usando e abusando do poder econômico para calar opositores, o PT usou a força para impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo destinada a investigar a crise do sistema da aviação civil.

Esta operação-abafa, fruto da mais deslavada política fisiológica já praticada neste país, não passa de uma tentativa do governo de varrer para debaixo do tapete os desmandos, maracutaias, e irregularidades de todo tipo praticados pela Infraero, que gastou bilhões maquiando aeroportos em vez de investir em equipamentos de segurança.

Lula quer transformar o Parlamento num circo de miquinhos amestrados treinados para dizer amém, enquanto massacra pela força da maioria e pela força do dinheiro toda e qualquer oposição séria e coerente. Não entende que a tolerância diferencia o déspota e o tirano do estadista. Podem tentar, mas não conseguirão calar nossa voz e nossa ação.