Nem tudo dá certo no Rock in Rio. Confira vídeo com micos e polêmicas nas edições anteriores:

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Uma empresa que dança conforme a música. Essa é a Rock World S.A., responsável pela realização do Rock in Rio, que começou sua 13ª edição na sexta-feira 13. São estridentes, como uma guitarra possante, os números alcançados pelo festival brasileiro, que tem franquias em Portugal e Espanha e se prepara para invadir os Estados Unidos. O megaevento deste ano, no Rio, teve os 595 mil ingressos esgotados em apenas quatro horas e quatro minutos – cravados, segundo a organização –, o que dá a impressionante média de 1,2 mil entradas vendidas a cada minuto. Apenas com a comercialização dos bilhetes, a Rock World arrecadou R$ 120 milhões. Mas isso é só uma parte do negócio. Os produtos licenciados funcionam como música para os ouvidos dos gestores da festa, que acontecerá até o domingo 22. “Hoje, o Rock in Rio escolhe a quais marcas se associar”, diz Agatha Areas, diretora de marketing da Rock World. “As empresas nos enxergam como uma plataforma para atingir grandes resultados em vendas.” Em 2011, o faturamento com os 350 produtos licenciados chegou a R$ 3,1 bilhões. Na edição de 2013, são 600 marcas, mas as receitas geradas por elas não foram reveladas (certamente são muito superiores aos valores de 2011).

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SUCESSO
Garota brinca na tirolesa em frente ao palco: ingressos esgotados em quatro horas

O Rock in Rio vai onde o dinheiro está, e o inverso também é verdadeiro. Agatha Areas revelou à ISTOÉ que a Rock World planeja uma ousadia: realizar o evento simultaneamente no Rio de Janeiro e em Nova York, na Times Square mais exatamente, para celebrar os 30 anos de festival, em 2015. “O público acompanhará por telões os shows dos dois lugares”, diz a executiva. A internacionalização, que começou em 2004 com shows em Lisboa, será ampliada nos próximos anos. “Esse é o nosso foco e as negociações para levar o Rock in Rio para outros países estão bastante avançadas”, diz Rodolfo Medina, vice-presidente do evento e responsável pela área comercial. Segundo ele, as conversas para realizar shows em Las Vegas e em outras duas cidades americanas já estão bem adiantadas. O Oriente Médio e a América Latina também fazem parte dos planos de expansão. No processo de internacionalização, a parceria com os patrocinadores é essencial. A Trident, de chicletes, e a Heineken, de cerveja, que pagaram, cada uma delas, R$ 7 milhões para usar a marca no Brasil, estão, pela primeira vez, negociando ações promocionais fora do País, e pagam novas cotas por isso, cujos valores não foram revelados.

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EXTERIOR
Rodolfo Medina, da Rock World: shows nos EUA em 2015

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Desde 1985, quando bandas como AC/DC e Queen fizeram história nos palcos cariocas, o Rock in Rio se tornou uma das marcas mais fortes dos grandes festivais de música. Talvez nenhuma outra esteja tão associada ao rock n’roll, embora hoje façam parte da programação artistas que pouco têm a ver com guitarras barulhentas (na edição 2013, fazem parte da programação nomes como Ivete Sangalo e Beyoncé). Com o passar dos anos, e a qualidade das bandas que se apresentaram, o Rock in Rio se tornou um fenômeno mundial. Estima-se que, desta vez, um bilhão de pessoas de 200 países vão assistir à transmissão dos shows, na tevê ou pela internet. Basta um número para comprovar a força do evento: 9,2 milhões de seguidores acompanham o Rock in Rio nas redes sociais, um recorde segundo a empresa. Roberto Medina, o idealizador da festa e presidente da Rock World, justifica de forma simples e direta os números grandiosos. “Fazemos sucesso porque o nosso som é bom e o preço é correto.”

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Não são apenas os organizadores que faturam com o evento. Para o Rio de Janeiro, trata-se de uma oportunidade de faturar. Medina diz que, na última edição, em 2011, o impacto econômico para a cidade foi da ordem ­de ­R­$ 966 milhões. Em 2013, o Rio vai lucrar ainda mais: R$ 1,1 bilhão. Graças ao megaevento, o índice de ocupação dos hotéis atingiu a expressiva marca de 95%. Segundo levantamento da Riotur, 12% do público pagante é estrangeiro e 38% vêm de outras cidades do Brasil. “O prefeito nos pediu para mudar a data do Rock in Rio, que aconteceu em janeiro nas primeiras edições, justamente para potencializar ainda mais o turismo”, diz Medina.
 


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