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RISCO DUPLO O derretimento do Ártico pode levar os ursos-polares à extinção

Nem o iminente desaparecimento das “neves eternas” do monte Kilimanjaro, na África, nem a morte dos corais da Grande Barreira australiana. Por mais grave que seja, nenhum outro efeito do aquecimento global comove e preocupa o mundo como o derretimento das geleiras do Ártico. Lar de cerca de 20 mil ursos-polares, a região fica mais quente a cada ano. E as consequências do fenômeno podem ser desastrosas. Apenas entre 1979 e 2000, a calota de gelo sobre o Polo Norte encolheu 33,6%. Se o ritmo continuar o mesmo, os níveis dos oceanos devem subir sensivelmente, fazendo com que ilhas e cidades costeiras sejam inundadas ou até mesmo sumam do mapa. Uma inédita rota marítima está prestes a ser aberta na região, o que levou à discussão dos direitos de países como Estados Unidos e Rússia sobre sua administração. Se no norte o vilão é o aquecimento global, na Antártida o problema é o buraco na camada de ozônio, provocado pela emissão de gases do tipo CFC (clorofluorcarbono). No ano passado, os cientistas registraram um aumento significativo do problema, já que o buraco passou a cobrir todo o continente gelado. Como resultado, a parte leste da região ficou mais fria e o seu litoral, mais quente.

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Assim como no Ártico, o derretimento de geleiras se intensifica rapidamente.Além de aumentar os níveis dos oceanos, os fenômenos registrados nas regiões polares podem acelerar ainda mais o aquecimento global graças ao derretimento do chamado permafrost – tipo de solo permanentemente congelado e constituído por terra, gelo e rochas. O processo libera grandes quantidades de metano, gás estufa 23 vezes mais poluente que o CO2. Pior para os ursos. A perda de seu habitat e a migração dos animais que compõem sua dieta estão fazendo com que eles tenham de percorrer grandes distâncias em busca de alimento e se aproximem cada vez mais de regiões povoadas por humanos. Sua presença é um risco para ambas as partes. Exaustos e famintos, os gigantes são o símbolo maior de  um problema que só deve piorar.