30 x Bienal – Transformações na Arte Brasileira da 1ª à 30ª edição/ Fundação Bienal de São Paulo, SP/ de 21/9 a 8/12

Existem hoje centenas de bienais de arte em todo o mundo. A cada ano, surgem mais e, entre as mais novas, certamente está a Bienal de Arte da Bahia, prevista para ser inaugurada em 2014, em Salvador. Mas quando a Bienal de São Paulo surgiu, em 1951, só existia a Bienal de Veneza (que havia sido criada em 1895, baseada no modelo das feiras internacionais). A I Bienal refletia a vontade de São Paulo em se transformar em um centro internacional para a arte. Conseguiu. Há 30 edições, o evento traz arte de ponta, promovendo a gerações e gerações de brasileiros o intercâmbio cultural com o cenário artístico mundial. A história das bienais é, portanto, a história da arte contemporânea brasileira, que será contada na exposição “30 x Bienal”.

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EVENTO POP
Desde 1951, a Bienal projeta a arte para além de um círculo de iniciados

Mais de cinco mil artistas nacionais expuseram na Bienal de São Paulo ao longo de seus 62 anos de existência. E 111 foram selecionados pelo curador Paulo Venâncio Filho para a exposição comemorativa. “A relação entre a história da arte brasileira e a trajetória da bienal é o elemento determinante na escolha dos artistas e obras”, afirma o curador, que optou por contar essa história de modo não linear, propondo uma orientação “não cronológica e flexível”.

A fim de posicionar a Bienal como elemento estruturante da arte brasileira da segunda metade do século 20, a curadoria identificou, como eixos centrais de sua narrativa, alguns episódios marcantes, como a abstração geométrica, o concretismo, a arte pop e a arte conceitual. A história do construtivismo brasileiro, por exemplo, começa com Maria Leontina e Milton Dacosta, em 1951. Procede com Geraldo de Barros, em 1953; segue com os Metaesquemas de Oiticica, em 1958; engrena nos Bichos de Lygia Clark, em 1961; chega ao pop com Raymundo Colares, em 1970; reflete-se na escultura de Amilcar de Castro, em 1999; e vira o século na instalação “A Uma Certa Distância”, de Rivane Neuenschwander.

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PIONEIRO
"Aparelho Cinecromático", de Palatnik, é precursor da arte digital

Outros grandes capítulos estão lá: a abstração informal de Tomie Ohtake; a série “Homenagem a Fontana”, de Nelson Leirner; pinturas de Nuno Ramos, Fabio Miguez, Rodrigo Andrade, Paulo Monteiro e Carlito Carvalhosa que formaram “a grande tela” na 18ª Bienal; e trabalhos de Lenora de Barros e Adriana Varejão para a celebrada Bienal da Antropofagia (1998), marco definitivo para a consagração internacional da arte contemporânea brasileira.

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GERAÇÃO
80 "Pulmão", de 1987, um dos trabalhos que lançaram Jac Leirner