A oposição ganha novo fôlego na corrida presidencial, de acordo com os números da pesquisa exclusiva ISTOÉ/Vox Populi publicada nesta edição. Em dois dos cenários lançados à avaliação popular o candidato do PSDB, seja ele Serra, seja Aécio, sai com larga margem sobre a candidata do governo, Dilma Rousseff. Na quinta-feira 17, numa decisão que foi interpretada como manobra estratégica para novos lances mais adiante – numa espécie de “stop and go”, cujas consequências podem embaralhar ainda mais o jogo eleitoral –, o governador mineiro, Aécio Neves, anunciou a retirada de sua pré-candidatura ao posto.

A tática, ao mesmo tempo que estanca o desgaste de uma disputa intrapartidária, coloca o nome de Serra na berlinda da corrida. Tal exposição irá exigir dele um posicionamento mais claro sobre o que irá fazer de seu futuro político, inclusive para as necessárias composições. Aécio descartou de saída a ideia de uma chapa tucana puro-sangue, como vice de seu correligionário. Na pesquisa ISTOÉ, que traz como diferencial uma consulta incluindo o nome de um candidato a vice-presidente em cada uma das possíveis chapas, sugestivos cenários ajudam a compreender melhor o tabuleiro formado às vésperas de 2010, quando de fato começa a campanha. Serra, ao lado do nome da senadora do DEM, Kátia Abreu, arrebata a preferência dos pesquisados, com sonoros 44% de índice. Substituindo a chapa Serra/Kátia pela composta com os nomes de Aécio e Ciro Gomes, vem a maior surpresa.

Os dois levam a preferência com 35% . É a primeira vez que o nome de Aécio aparece à frente do de Dilma em uma pesquisa estimulada. Nos dois cenários (com Serra ou com Aécio), a chapa Dilma/Michel Temer fica com 21% dos votos dos entrevistados. O detalhe é que o nome do mineiro Aécio, avaliado isoladamente, foi colocado como um dos menos conhecidos no universo dos entrevistados consultados. Tal condição sinaliza o grande potencial de crescimento que sua candidatura poderia experimentar ao longo de uma campanha. Em um país cujo colegiado mineiro tem sido decisivo na escolha do futuro presidente – desde a chapa Collor/Itamar até a de Lula com José Alencar –, cogitar o nome de Aécio fora da disputa de 2010 pode ser um custo alto demais para as pretensões da oposição tucana.