Assista a uma coletânea de depoimentos em que algumas delas falam sobre a profissão:

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Houve um tempo em que elas eram o rosto e o espírito da televisão brasileira. As divas ou damas da telenovela brasileira, que completa meio século de existência, tinham mais força e presença que qualquer tema ou trama . “Damas da TV”, que estreia na quarta-feira 28, no canal por assinatura Viva, vai entrevistar uma cepa especial de 23 dessas atrizes.

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NOSTALGIA
Para a atriz Joana Fomm, antigamente, tudo era feito com muita paixão.

"A gente queria fazer bem e fazia bem"

Nos depoimentos, elas lembram que o trabalho nos folhetins já foi sim mais glamouroso. Mas também mais pesado, difícil e cheio de preconceito. A primeira será Glória Menezes e seguirá com Fernanda Montenegro, Regina Duarte, Yoná Magalhães e Nathalia Timberg. Também integram o time Marieta Severo, Marília Pêra, Rosamaria Murtinho, Ruth de Souza e Laura Cardoso. Elas deram depoimentos que, em vários momentos, confluem carreira, vida pessoal e a situação política do País. Laura Cardoso, 85 anos, recorda: “A novela era gravada com videotape, a gente trabalhava a madrugada toda. Era preciso se dedicar de verdade.

Aos 92 anos, Ruth de Souza se lembra bem dos preconceitos. “Me diziam: ‘Não tem artista negra.’” Independentemente da cor, todas elas enfrentaram o estigma da carreira, na época associada à prostituição. “Todas nós passamos por isso”, diz Laura. Rosamaria Murtinho, 77 anos, corrobora: “Diziam que atriz era prostituta e ator, veado”.

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A primeira telenovela brasileira, que tinha o curioso título “2-5499 Ocupado”, na extinta TV Excelsior, estreou também o par romântico Glória Menezes e Tarcísio Meira, que se conheceu e virou casal na vida real. A atriz sente que isso os estigmatizou. “As pessoas abordam muito o fato de eu e Tarcísio sermos um casal. A gente só quer trabalhar”, disse Glória. Idealizada por Hermes Frederico, professor da PUC-Rio e diretor da Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), a série tem como objetivo resgatar a história da telenovela pelo olhar feminino. “A teledramaturgia acompanhou a evolução da mulher. Precisamos prestar essa homenagem a essas grandes atrizes que estão vivas e trabalhando”, diz Frederico.