Assista a uma entrevista com os atores e confira algumas cenas dos bastidores:

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O ano é 2154 e o mundo se encontra dividido. Os habitantes da Terra, destruída, vivem afundados em miséria e doenças. Os privilegiados moram em Elysium, uma estação espacial onde reina a perfeição. Sem doenças, sem guerra, sem pobreza. Um universo perfeito cercado de autoritarismo e crueldade, marca das ficções científicas atuais. Adicione à história dois atores com o peso de Wagner Moura e Alice Braga e transforme o filme em uma das estreias mais aguardadas do ano pelos brasileiros. O segundo longa-metragem do diretor sul-africano Neill Blomkamp (“Distrito 9”) entra em cartaz em20 de setembro, referendado pelo sucesso americano, no topo da bilheteria no primeiro fim de semana de exibição, com arrecadação de US$ 30 milhões em três dias.

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ARANHA
Wagner Moura no papel de Spider, hacker capaz de furar os
bloqueios e invadir a estação espacial reservada para a elite,
que abandonou o planeta natal destruído

O longa marca a estreia de Wagner Moura em produções hollywoodianas. Com uma atuação considerada “fantástica” pelo jornal “The New York Times”, Moura divide a cena com os veteranos Matt Damon e Jodie Foster. “Gosto de filmes que tenham um público grande e algo a dizer”, diz o ator, que, assim como Alice Braga, fez questão de dublar seu personagem para a versão em português do filme. Conhecido como “socialista sci-fi”, Blomkamp usa a tecnologia e os efeitos especiais para tratar de questões sociais, como em seu primeiro filme, “Distrito 9”, de 2009, que falava sobre preconceito racial e foi indicado a quatro Oscar. O enredo futurista da nova produção ganha ares de realidade ao tratar das diferenças entre ricos e pobres.

A escolha do elenco, portanto, obedeceu a uma pretensão do diretor: trabalhar com atores que venham de economias emergentes e conheçam de perto a distribuição desigual de riquezas. “A diferença entre ricos e pobres vai ser cada vez pior, não importa o quanto a gente tente mudar. Isso faz parte da natureza humana”, disse o diretor em entrevista à BBC.

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O sucesso dos filmes de ficção científica por aqui pode ser explicado por outra paixão nacional: o videogame. “O Brasil é um dos maiores consumidores de videogames no mundo e tanto eles quanto os filmes de sci-fi têm a mesma função lúdica: transportar o espectador para um mundo imaginário”, pondera Hernani Heffner, professor de cinema mundial do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Ele acredita que o brasileiro gosta desse gênero porque, sendo um povo que viveu uma história de estagnação econômica e social longa, pode sonhar com um futuro melhor. “Esses filmes se transformam em um referencial do que pode ou não dar certo nos anos que virão. Além disso, somos uma nação culturalmente aberta para essas propostas lúdicas”, avalia.

“Esse tipo de filme oferece a possibilidade de ver nossos maiores temores, gera catarse no espectador”, explica Alfredo Suppia, coordenador do Laboratório de Estudos em Ficção Científica da Universidade Federal de Juiz de Fora. Suppia diz ainda que o gênero, apesar da alta carga de efeitos especiais, consegue promover reflexões sobre o amanhã. “Elysium” conta a história de Max da Costa (Matt Damon), um ex-presidiário que sofre um acidente radioativo. Para se salvar, ele procura a ajuda de Spider (Wagner Moura), um hacker que atravessa pessoas ilegalmente para a base chamada Elysium, passando pela vigilância impiedosa da secretária Delacourt (Jodie Foster), responsável por manter a perfeição da estação espacial. Para ajudar Max, Spider exige que sejam roubadas informações sigilosas sobre a separação dos dois mundos. Para a missão, ele contará com a ajuda de sua amiga de infância Frey (Alice Braga), que tem uma filha doente.

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CONDOMÍNIO
A estação Elysium, onde os endinheirados vão se isolar
da miséria e da doença que tomará conta da Terra em 2154

O lançamento de “Elysium” no Brasil pretende valorizar as estrelas nacionais. Para isso, o trailer exibido por aqui deu mais espaço para as cenas de Moura e Alice. “A presença deles, além da qualidade do filme em si, reforça o sucesso da estreia brasileira”, aposta Rodrigo Saturnino, diretor geral da Sony Pictures no Brasil, empresa responsável pela distribuição do longa. Segundo Saturnino, a expectativa é que
o filme estreie em 300 salas de cinema em todo País.

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