Investida da Serasa é antiga

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Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmam que a Serasa tentava há três anos ter acesso aos dados pessoais dos 141 milhões de eleitores. Nesse período, representantes da empresa se reuniram pelo menos três vezes com a direção do órgão e teve os pedidos negados pelos antigos presidentes do TSE. Ricardo Lewandowski nem usou palavras para dizer “não.” Fez uma expressão de desgosto e mudou de assunto. A causa parecia perdida também na gestão de Carmen Lúcia até que, numa reunião há 20 dias com a corregedora Laurita Vaz, que fez o acordo, o cenário mudou. As duas nunca foram amigas. Agora, afastaram-se um pouco mais.

Planalto nas cordas

Convencido de que receberá o troco depois de dois anos e meio de dureza com emendas e nomeações, o governo prepara-se para o inverno no Congresso. Em função do apoio dos prefeitos, até acredita numa vitória da Medida Provisória do Mais Médicos, projeto que pode ser o carro-chefe da campanha de Dilma em 2014. Mas o otimismo para por aqui.

Falha de informação

Horas depois que Dilma anunciou, em Varginha, o início das obras de duplicação da BR–381 e da revitalização do Anel Rodoviário, assessores do ministro Cesar Borges ligaram para parlamentares para avisar que era engano. Não há previsão para o início das obras nem para melhoria do humor entre ele e a presidenta.

Crescimento à direita

Retomando viagens pelo País, interrompidas durante os protestos, Eduardo Campos prepara o ingresso, em Santa Catarina, do deputado Paulo Bornhausen, do DEM, herdeiro de uma das principais linhagens conservadoras do Brasil. A filiação está marcada para a última semana de agosto.

Charge

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Hora extra controlada

A presidenta da República, Dilma Rousseff, está de cabelos em pé com os gastos dos funcionários públicos com horas extras. Só neste ano, as extras consumiram R$ 212 milhões, e os campeões de gastos são os ministérios da Saúde, Fazenda e Agricultura. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional, o texto limita o pagamento de horas extras e centraliza no Ministério do Planejamento a gestão da autorização do trabalho extraordinário remunerado.

Em busca da verdade

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), bateu na porta da presidenta da Petrobras, Graça Foster, para saber se a estatal está mesmo decidida a sair do Porto de Cabedelo, o que causaria racionamento de combustível no Estado. Foster garantiu que era tudo boato.

Longe da artilharia

Obrigada a mudar o trajeto de voos presidenciais para passar longe dos exercícios de artilharia aérea em Formosa, a 100 km da Capital Federal, a presidenta tomou uma medida drástica. Transferiu as aulas para o Rio de Janeiro. O treino que acontecia há anos em Formosa agora será no Rio.

Mau exemplo

A prefeitura do Recife reformulou a Lei de Acesso à Informação, dificultando a divulgação de informações sobre salários e gastos dos secretários e do prefeito. O caso está no Supremo e, em breve, o relator Celso de Mello deverá conceder liminar suspendendo a lei, sob o argumento de que a transparência pública não pode ser seletiva. Será uma boa oportunidade para ampliar o debate, já que as exceções se repetem em diversas áreas do Estado. Se o Ministério Público não revela o salário de cada procurador ninguém sabe quanto cada ministro do Tribunal de Contas da União gasta com viagens.

Dinheiro na mesa

Surgiu uma diferença de R$ 42 milhões entre aquilo que o governo oferece para o orçamento do STF e aquilo que o tribunal quer gastar. O plenário do STF aprovou gastos totais de R$ 562 milhões. A rubrica de pessoal cresceu R$ 24 milhões de um ano para outro.

Toma lá dá cá

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Deputado distrital Professor Israel (PEN-DF), autor da lei que remunera quem denunciar corrupção com 10% do valor desviado:

ISTOÉ – O sr. acha que os brasileiros são movidos por dinheiro e não pela ética?  
Israel –
Não. O projeto reconhece pessoas comuns que têm a coragem de denunciar esquemas poderosos. Se mais cidadãos fiscalizarem o dinheiro público, mais difícil será a vida dos corruptos.

ISTOÉ – Mas isso não deveria ser uma obrigação de todo mundo? É constitucional?
Israel –
O Estado do Rio de Janeiro, há décadas, paga por informações que ajudem a polícia a resolver crimes comuns. Isso nunca foi questionado juridicamente. 

ISTOÉ – A proposta não pode despertar  uma onda de denuncismo nos órgãos públicos?
Israel –
Não acredito. Só haverá o pagamento quando os culpados forem condenados pela Justiça e o dinheiro público retornar ao erário.

Rápidas

* Decepcionados com o desempenho da ministra Ideli Salvatti na relação com o Congresso, alguns caciques lembram com saudosismo as gestões de Aldo Rebelo, Walfrido dos Mares Guia e José Múcio. Mas todos enfrentaram crises e nenhum durou tanto tempo no cargo.

* CNJ examina denúncia que chama a atenção. Juíza do interior paulista engavetou processos contra o prefeito depois que sua filha foi transferida para faculdade pública local. Criaram uma vaga só para ela.

* A informação vem de um adversário direto: pesquisas informam que ninguém teria mais votos do que Marina Silva na eleição presidencial em 2014. Marina já foi a mais votada na Capital Federal em 2010.

* A construtora PB corrige valores de seus contratos divulgados neste espaço. Com o governo do Ceará, nove contratos chegam a R$ 500 milhões, em vez de R$ 1,5 bilhão. Em Pernambuco, tem obras que somam R$ 230 milhões e não R$ 900 milhões. Os contratos foram vencidos por licitação.

Retrato falado

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A saúde surpreendeu José Genoíno (PT-SP) duas vezes em menos de um mês. Primeiro, foi a lesão da artéria aorta, no coração, que lhe provocou uma dor tão intensa que passou 24 horas ingerindo morfina e, mesmo assim, ao chegar ao hospital, “pedi que me cortassem logo, sem anestesia, porque não aguentava mais.” (Ele foi operado com anestesia). Vítima de uma isquemia leve, sem sequelas, atendia amigos e esperava pela alta dos médicos. Mas não esquece o que passou.

Quem te viu, quem te vê

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Para confirmar que política é como nuvem, olhe o que aconteceu no TCU. Escolhida para ocupar uma cadeira no tribunal com apoio do PT, Ana Arraes acaba de ser sorteada para examinar as contas do governo Dilma referentes a 2013. Mãe do governador Eduardo Campos, Ana Arraes tornou-se nova esperança oposicionista para criar grandes casos contábeis na véspera da campanha de 2014.

A palavra dos médicos

Cansado de responder a perguntas sobre sua saúde, Lula resolveu pedir à sua equipe médica que falasse sobre o assunto neste fim de semana, quando vai ao hospital Sírio-Libanes para exames de rotina.

Fotos: Ueslei Marcelino; Roberto Castro / Ag. ISTOE; Adriano Machado
Colaboraram: Claudia Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo